Ministro da Educação afirma que entrará na Justiça contra projeto Escola Livre
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que os temas ligados à identidade sexual são "indispensáveis" e serão mantidos até a versão definitiva da Base Nacional Curricular.” A segunda versão do documento foi apresentada na terça-feira (3), em Brasília. Em fase de elaboração, ele vai definir os conteúdos básicos a serem ensinados em cada disciplina, para cada etapa da educação básica.
Além das diretrizes específicas para disciplinas como português, matemática e história, a proposta inclui uma categoria chamada "temas integradores", composta por assuntos interdisciplinares.
"Nós temos 58 milhões de estudantes no Brasil. Mesmo que alguns não queiram, algumas crianças têm pai e mãe, outras são filhas de pais separados, outras são criadas pelos parentes, outras vivem em orfanatos e outras são criadas por pais e mães homoafetivos. Nós temos jovens com distintas orientações sexuais. É indispensável que a gente respeite as posições ideológicas e religiosas, mas a escola tem que ser tolerante, respeitar a diversidade", disse.
Em 2015, 280 estudantes transexuais puderam usar o nome social como identificação nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em vez do nome de registro. A permissão foi citada pelo ministro da Educação como exemplo de avanço nas políticas de diversidade. O desafio agora, segundo ele, é levar o mesmo acolhimento para cada escola.
"No Enem, a gente incorporou essa medida a partir de uma matéria do G1. Era uma jovem de 17 anos que se dizia constrangida por usar o nome de registro. 'Eu queria que respeitassem', disse. Aquilo nos sensibilizou. A escola tem que saber lidar com um casal homoafetivo em sala de aula. É só andar pelas escolas do Brasil para saber quantos alunos vão embora chorando, diariamente, constrangidos porque não conseguem lidar com isso."
Liberdade de expressão
Mercadante afirmou também nesta terça que a pasta vai entrar na Justiça para impedir a sanção de leis, locais ou federais, que coloquem em risco a liberdade de expressão e o ensino da diversidade em sala de aula. Ele também criticou iniciativas que tentam restringir manifestações contrárias e favoráveis ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em instituições de ensino.
"A Constituição Brasileira tem um princípio básico no artigo 206 que é a liberdade de ensinar e aprender. Você não pode impedir um docente de ter opinião sobre o que quer que seja. O que você tem que buscar, sempre, é que o professor tenha uma formação que assegure a pluralidade de ideias, de reflexões de mundo. É importante expor que há várias correntes, mas sempre a partir da liberdade", declarou o ministro.
Como exemplo das iniciativas que confrontariam esse princípio constitucional, o ministro citou o projeto "Escola Livre" aprovado pela Assembleia Legislativa de Alagoas no fim de abril. O texto impede professores da rede pública de emitirem opiniões que possam ferir a "neutralidade política, ideológica e religiosa". Até a noite desta terça, o projeto ainda não sido promulgado ou vetado pelo governador do estado, Renan Filho.
"O MEC vai recorrer, já encaminhamos à AGU [Advocacia-Geral da União] para que o governo possa demandar uma ação de inconstitucionalidade. Não podemos voltar ao tempo da Inquisição, em que Galileu Galilei foi queimado porque achava que a Terra era redonda, e a 'Fé' não [achava]", disse. A Secretaria Estadual de Alagoas também já anunciou que deverá contestar na Justiça o projeto aprovado.
Em um levantamento feito mostra que, além de Alagoas, pelo menos quatro estados (SP, GO, RJ e RS) e o Distrito Federal também têm projetos semelhantes em tramitação. Os textos fazem coro aos ideais da “Associação Escola Sem Partido”, grupo liderado pelo advogado Miguel Nagib e que se apresenta como movimento de pais e estudantes.
Mercadante também denunciou uma "ação orquestrada" que, segundo ele, está ameaçando professores com supostos requerimentos extrajudiciais. Os documentos afirmam que o docente pode ser multado em até R$ 30 mil se fizer referência a questões de gênero e sexualidade durante a aula. O ministro reforçou que essa informação é falsa e que não há risco de essa multa ser aplicada, de fato.
"Não tem nenhuma eficácia jurídica, mas a representação é uma forma de intimidar os professores. Quanto mais próximo o pai estiver da escola, melhor. Há reuniões de pais e mestres, ele tem total direito de discutir a formação do filho, especialmente em temas sensíveis. Mas, não é com censura prévia que vamos construir uma boa prática em sala de aula."
Além das diretrizes específicas para disciplinas como português, matemática e história, a proposta inclui uma categoria chamada "temas integradores", composta por assuntos interdisciplinares.
"Nós temos 58 milhões de estudantes no Brasil. Mesmo que alguns não queiram, algumas crianças têm pai e mãe, outras são filhas de pais separados, outras são criadas pelos parentes, outras vivem em orfanatos e outras são criadas por pais e mães homoafetivos. Nós temos jovens com distintas orientações sexuais. É indispensável que a gente respeite as posições ideológicas e religiosas, mas a escola tem que ser tolerante, respeitar a diversidade", disse.
Em 2015, 280 estudantes transexuais puderam usar o nome social como identificação nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em vez do nome de registro. A permissão foi citada pelo ministro da Educação como exemplo de avanço nas políticas de diversidade. O desafio agora, segundo ele, é levar o mesmo acolhimento para cada escola.
"No Enem, a gente incorporou essa medida a partir de uma matéria do G1. Era uma jovem de 17 anos que se dizia constrangida por usar o nome de registro. 'Eu queria que respeitassem', disse. Aquilo nos sensibilizou. A escola tem que saber lidar com um casal homoafetivo em sala de aula. É só andar pelas escolas do Brasil para saber quantos alunos vão embora chorando, diariamente, constrangidos porque não conseguem lidar com isso."
Liberdade de expressão
Mercadante afirmou também nesta terça que a pasta vai entrar na Justiça para impedir a sanção de leis, locais ou federais, que coloquem em risco a liberdade de expressão e o ensino da diversidade em sala de aula. Ele também criticou iniciativas que tentam restringir manifestações contrárias e favoráveis ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em instituições de ensino.
"A Constituição Brasileira tem um princípio básico no artigo 206 que é a liberdade de ensinar e aprender. Você não pode impedir um docente de ter opinião sobre o que quer que seja. O que você tem que buscar, sempre, é que o professor tenha uma formação que assegure a pluralidade de ideias, de reflexões de mundo. É importante expor que há várias correntes, mas sempre a partir da liberdade", declarou o ministro.
Como exemplo das iniciativas que confrontariam esse princípio constitucional, o ministro citou o projeto "Escola Livre" aprovado pela Assembleia Legislativa de Alagoas no fim de abril. O texto impede professores da rede pública de emitirem opiniões que possam ferir a "neutralidade política, ideológica e religiosa". Até a noite desta terça, o projeto ainda não sido promulgado ou vetado pelo governador do estado, Renan Filho.
"O MEC vai recorrer, já encaminhamos à AGU [Advocacia-Geral da União] para que o governo possa demandar uma ação de inconstitucionalidade. Não podemos voltar ao tempo da Inquisição, em que Galileu Galilei foi queimado porque achava que a Terra era redonda, e a 'Fé' não [achava]", disse. A Secretaria Estadual de Alagoas também já anunciou que deverá contestar na Justiça o projeto aprovado.
Em um levantamento feito mostra que, além de Alagoas, pelo menos quatro estados (SP, GO, RJ e RS) e o Distrito Federal também têm projetos semelhantes em tramitação. Os textos fazem coro aos ideais da “Associação Escola Sem Partido”, grupo liderado pelo advogado Miguel Nagib e que se apresenta como movimento de pais e estudantes.
Mercadante também denunciou uma "ação orquestrada" que, segundo ele, está ameaçando professores com supostos requerimentos extrajudiciais. Os documentos afirmam que o docente pode ser multado em até R$ 30 mil se fizer referência a questões de gênero e sexualidade durante a aula. O ministro reforçou que essa informação é falsa e que não há risco de essa multa ser aplicada, de fato.
"Não tem nenhuma eficácia jurídica, mas a representação é uma forma de intimidar os professores. Quanto mais próximo o pai estiver da escola, melhor. Há reuniões de pais e mestres, ele tem total direito de discutir a formação do filho, especialmente em temas sensíveis. Mas, não é com censura prévia que vamos construir uma boa prática em sala de aula."
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