Perito de AL estuda cálculo para medir quantidade de material usado em locais de explosão

Por Ascom 04/12/2015 09h09
Por Ascom 04/12/2015 09h09
Perito de AL estuda cálculo para medir quantidade de material usado em locais de explosão
Foto: Ascom
Um cálculo baseado em metodologias desenvolvidas pela Marinha americana e utilizado pelo Esquadrão de Bombas do Distrito Federal, para medir a quantidade de explosivos usados em locais onde foi registrada uma detonação, está sendo estudado por um perito criminal do Instituto de Criminalística de Alagoas.

Único perito criminal estadual com especialização de técnico explosivista, formado pelo Bope de Brasília, no ano de 2012, Gerard Deokaran trouxe para Alagoas, desde que entrou na Perícia no final do ano passado, métodos em locais de explosões criminosas em agências bancárias, por exemplo, que não eram usados.

O assunto será tema de palestra nesta sexta (3), no I Seminário Alagoano de Perícias Criminais, realizado pela Associação Alagoana de Peritos em Criminalística (AAPC) e Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais. O evento ocorre nesta quinta e sexta, 3 e 4 de dezembro, no auditório da Unit, em Cruz das Almas, na capital.

Um dos métodos trazidos para Alagoas, ainda em desenvolvimento, é o cálculo de massa de explosivos por meio da análise dos vestígios encontrados pela perícia. A partir do epicentro da explosão, ou seja, do local onde ela se iniciou, até o fragmento mais distante (geralmente vidros), são feitas medições que levam à dedução sobre a quantidade do material detonado.

Outro procedimento adotado é o de segurança, obrigatório antes do trabalho do perito nesses tipos de ocorrências. Segundo Gerard, hoje o perito só entra no local de explosão após uma varredura e liberação do Esquadrão de Bombas do Bope, da Polícia Militar alagoana, que faz a desativação de todos os explosivos presentes.

Antes, a realidade era outra: “Segundo relatos, o perito chegava a ter contato com o explosivo e entrava no local sem o material ter sido desativado”, relata. “Existem mais de quarenta regras de segurança a serem seguidas”, ressalta Deokaran.

E outra técnica que o perito está desenvolvendo é a coleta de vestígios e produção de evidências mesmo que o Esquadrão de Bombas precise destruir todo o material. Para isso, são necessários estudos e pesquisas dentro do Instituto de Criminalística, reconhecimento maior do Estado com a atividade pericial, um número maior de peritos e especialização de mais profissionais na área.

Apoio do governo federal

A Perícia alagoana recebeu ainda outro reforço, enviado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que foi um kit denominado Expray Master. Ele é usado para identificar três classes de explosivos, dentre eles, os mais usados em Alagoas, os encontrados em detonadores e as emulsões, conhecidas erroneamente como bananas de dinamite, que é outro tipo de explosivo.

“Qual o objetivo do laudo pericial, então? Após o registro dos fragmentos, da coleta dos transmissores de energia, dos equipamentos utilizados para iniciar a explosão e dos resíduos de material explosivo, nós buscamos determinar o tipo e a quantidade de explosivo, a causa e a dinâmica da explosão, o que vai colaborar com a investigação da polícia”, afirma.

Combate à corrupção em obras públicas

Também foi tema do Seminário a perícia em obras públicas federais onde há suspeita de superfaturamento ou outros crimes. O trabalho, realizado por peritos da área de engenharia civil, foi tema da palestra do perito criminal federal Rômulo Vilela Ferreira.

Construção de escolas, pavimentação rodoviária, poços artesianos, estádios de futebol ou qualquer outra obra pública onde haja suspeita de gastos não compatíveis são passíveis de perícia. “O Ministério Público, o delegado federal ou o juiz podem provocar o trabalho da perícia. É um trabalho minucioso, porque engenharia não é preto no branco, como comprovar, por exemplo, se uma cédula é verdadeira ou falsa”, afirma Ferreira.

 
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