Carros adaptados: paraplégicos voltam a ter o prazer de dirigir e de ter independência

Por Redação com clubedasmaquinas 03/09/2015 21h09
Por Redação com clubedasmaquinas 03/09/2015 21h09
Carros adaptados: paraplégicos voltam a ter o prazer de dirigir e de ter independência
Foto: Cortesia clubedasmaquinas
No fundo de um corredor da Associação dos Deficientes físicos de Alagoas ouvem-se barulhos de serra, martelo e solda. Dentro da pequena oficina surge um homem de pouco mais de um metro de altura, que se equilibra na limitação de uma das pernas. De ofício, a habilidade de manusear ferramentas e de dobrar o ferro, metal se transforma em peças importantes de uma engrenagem.

José Lourenço, o “Tonho da Adefal”, é responsável por criar adaptações de veículos para motoristas com deficiência física, assim como ele. “Basta apenas que o cliente apresente o laudo do Detran e fazemos de acordo com a necessidade”, informa com sorriso ladeado de um vasto bigode. Tonho conta que foi por meio de oportunidade recebida, ainda adolescente, que conseguiu superar grandes dificuldades na vida. O então presidente da Adefal e depois deputado federal, Gerônimo da Adefal, – falecido em 2007 – foi seu padrinho na busca de uma vida melhor. “Ele me viu pedindo esmola no centro de Maceió. Me trouxe para cá [Adefal] e comecei a fazer esporte paralímpico em cadeira de rodas. Depois do esporte me especializei em fazer adaptações, olhando os outros produzidos no mercado. Desenvolvi um método e as melhorei” – conta Tonho que hoje é referência nesse serviço e indicado diretamente pelas concessionárias.

Esse sonho de dirigir e de ter independência já é bem real para dois amigos de infância. Tiago e Verisson perderam os movimentos da cintura para baixo em acidente de trânsito diferentes. Tiago era mecânico de moto. Circulando pela cidade, foi trancado por um carro. Já Verisson, estava indo para o serviço na Força Nacional, em Brasília, quando se envolveu em um grave acidente. “No começo foi difícil, mas hoje encaro a vida com tranquilidade”, diz o tenente reformado Verisson Rocha.

Por meio de adaptação realizada pelo Tonho da Adefal no volante e pedais, os dois amigos dirigem seus carros normalmente. “Tivemos dificuldades com o Detran. Os médicos não queriam aprovar nossa habilitação. Mas provamos que éramos capazes”- disse Tiago Alexandre. O mecânico aposentado diz que voltou a ter uma vida normal. “Hoja vou para onde quero, com quem eu quero, sem precisar de ninguém para dirigir para mim”, conta feliz.