Homem seduzia socialites com 'falsa ostentação' para dar golpes no DF
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta quarta-feira (19) um homem de 45 anos suspeito de criar uma “vida de ostentação” em redes sociais para se aproximar, seduzir e dar golpes em socialites de Brasília. Em uma semana, oito vítimas compareceram à delegacia e disseram ter sido ludibriadas pelo homem. O prejuízo causado às mulheres pode superar os R$ 300 mil.
“Ele se relacionava com as mulheres e praticava estelionato em nome delas. Ou pegava dinheiro direto com as vítimas, ou fazia um empréstimo em nome delas e sumia. Ele conseguia esses dados porque elas se apaixonavam por ele”, diz o delegado-chefe da 10ª DP, Plácido Rocha.
Nas redes sociais, Antônio Carlos Guimarães publicava fotos em carros importados, casas em Miami e restaurantes nacionais de luxo. “A gente sabe que ninguém com poder aquisitivo realmente alto ostenta essas coisas”, diz Rocha.
A polícia acredita que o número de vítimas seja bem maior, mas teme que muitas não denunciem os crimes porque mantinham relação extraconjugal com o suspeito.
Na delegacia, o suspeito não quis dar entrevista, mas disse que não cometeu crimes e não sabia por que estava preso. Ao longo da tarde, segundo a polícia, o celular do dele continuava a receber mensagens de vítimas perguntando sobre depósitos, recibos e transações bancárias.
Sedução e golpe
Autora da primeira denúncia à Polícia Civil, uma empresária de comunicação de 53 anos, que pediu para não ser identificada, disse que conhecia Guimarães há três anos. Ela diz que só descobriu as “más intenções” do amigo quando ele sumiu com mais de R$ 10 mil depositados por ela.
“Ele se dizia empresário megamilionário, só comigo tinha 550 amigos em comum. Disse que namorou várias amigas minhas, e todas do meu perfil. Viúvas ou divorciadas, classe alta, mais de 50 anos, algumas ainda casadas. Saímos para almoçar duas vezes, ele me assediando, paquerando. Não namorei, mas não deixa de ser uma pessoa que estava no meu perfil”, diz a empresária.
Durante as conversas, o suspeito disse que era dono de lojas de grife em shoppings e pediu que a mulher fizesse um plano de comunicação para ele, mas não chegou a fechar acordo. Há um mês, ele ofereceu ajuda para que ela financiasse a compra de um carro de luxo, estimado em R$ 200 mil.
“Saímos para almoçar e ele me ofereceu essa ajuda, disse que eu precisava trocar o carro. Disse que ia sair por R$ 108 mil, mas depois me falou em 60 prestações de R$ 2.890, o que dá quase R$ 180 mil. Já tinha depositado R$ 10,8 mil e ele pedia mais. Se tivesse pedido R$ 30 mil, eu teria depositado”, diz a vítima.
O golpe só foi descoberto porque ele sumiu após o pedido de devolução do dinheiro. Ela conta que o ex-marido ligou de outro número, pediu explicações e foi xingado pelo suspeito. “Quem xinga outra pessoa assim é porque não está com boa intenção. Aí liguei para minhas amigas e a gente foi ligando os pontos”, diz.
Após a descoberta, a empresária diz que denunciou o caso nas redes sociais e recebeu mais de 40 mensagens de outras vítimas. “É o negócio dele. Seduzir, assediar, até porque ele é boa pinta, simpático. Ele é especializado, falou aqui que fez botox e plástica pra poder estar no nosso meio, puxar assunto com as mulheres”, afirma.
Crimes variados
Além dos golpes identificados no último mês, Guimarães já responde a 26 inquéritos por estelionato e receptação. Segundo o delegado, o primeiro registro policial foi feito em 1990.
O suspeito foi preso em uma agência bancária do Lago Sul, no início da tarde. O delegado diz que ele tinha acabado de abrir uma conta para pegar empréstimo, usando um morador de rua como "laranja" para a operação.
Como os perfis em redes sociais eram preenchidos com informações fantasiosas, a Polícia Civil não tinha conseguido levantar os bens comprados por Guimarães com o dinheiro dos golpes até a tarde desta quarta. A residência fixa do suspeito e o saldo das contas bancárias em nome dele também eram desconhecidos.
Os investigadores desconfiam da existência de vítimas em outros estados. "Ele tem uma filha em São Paulo, visita ela de vez em quando, então pode ser que tenha vítimas lá. Pode ter certeza que há muito mais vítimas do que a gente sabe até agora", afirma Rocha.
Antônio Guimarães será indiciado por estelionato por causa das novas denúncias e pode pegar entre 1 e 5 anos de prisão pelos crimes.
Clique aqui e confira a matéria original.
“Ele se relacionava com as mulheres e praticava estelionato em nome delas. Ou pegava dinheiro direto com as vítimas, ou fazia um empréstimo em nome delas e sumia. Ele conseguia esses dados porque elas se apaixonavam por ele”, diz o delegado-chefe da 10ª DP, Plácido Rocha.
Nas redes sociais, Antônio Carlos Guimarães publicava fotos em carros importados, casas em Miami e restaurantes nacionais de luxo. “A gente sabe que ninguém com poder aquisitivo realmente alto ostenta essas coisas”, diz Rocha.
A polícia acredita que o número de vítimas seja bem maior, mas teme que muitas não denunciem os crimes porque mantinham relação extraconjugal com o suspeito.
Na delegacia, o suspeito não quis dar entrevista, mas disse que não cometeu crimes e não sabia por que estava preso. Ao longo da tarde, segundo a polícia, o celular do dele continuava a receber mensagens de vítimas perguntando sobre depósitos, recibos e transações bancárias.
Postagem de vítima em rede social, após prisão do suspeito nesta quarta (19) (Foto: Instagram/Reprodução)
Sedução e golpe
Autora da primeira denúncia à Polícia Civil, uma empresária de comunicação de 53 anos, que pediu para não ser identificada, disse que conhecia Guimarães há três anos. Ela diz que só descobriu as “más intenções” do amigo quando ele sumiu com mais de R$ 10 mil depositados por ela.
“Ele se dizia empresário megamilionário, só comigo tinha 550 amigos em comum. Disse que namorou várias amigas minhas, e todas do meu perfil. Viúvas ou divorciadas, classe alta, mais de 50 anos, algumas ainda casadas. Saímos para almoçar duas vezes, ele me assediando, paquerando. Não namorei, mas não deixa de ser uma pessoa que estava no meu perfil”, diz a empresária.
Durante as conversas, o suspeito disse que era dono de lojas de grife em shoppings e pediu que a mulher fizesse um plano de comunicação para ele, mas não chegou a fechar acordo. Há um mês, ele ofereceu ajuda para que ela financiasse a compra de um carro de luxo, estimado em R$ 200 mil.
“Saímos para almoçar e ele me ofereceu essa ajuda, disse que eu precisava trocar o carro. Disse que ia sair por R$ 108 mil, mas depois me falou em 60 prestações de R$ 2.890, o que dá quase R$ 180 mil. Já tinha depositado R$ 10,8 mil e ele pedia mais. Se tivesse pedido R$ 30 mil, eu teria depositado”, diz a vítima.
O golpe só foi descoberto porque ele sumiu após o pedido de devolução do dinheiro. Ela conta que o ex-marido ligou de outro número, pediu explicações e foi xingado pelo suspeito. “Quem xinga outra pessoa assim é porque não está com boa intenção. Aí liguei para minhas amigas e a gente foi ligando os pontos”, diz.
Após a descoberta, a empresária diz que denunciou o caso nas redes sociais e recebeu mais de 40 mensagens de outras vítimas. “É o negócio dele. Seduzir, assediar, até porque ele é boa pinta, simpático. Ele é especializado, falou aqui que fez botox e plástica pra poder estar no nosso meio, puxar assunto com as mulheres”, afirma.
Crimes variados
Além dos golpes identificados no último mês, Guimarães já responde a 26 inquéritos por estelionato e receptação. Segundo o delegado, o primeiro registro policial foi feito em 1990.
O suspeito foi preso em uma agência bancária do Lago Sul, no início da tarde. O delegado diz que ele tinha acabado de abrir uma conta para pegar empréstimo, usando um morador de rua como "laranja" para a operação.
Como os perfis em redes sociais eram preenchidos com informações fantasiosas, a Polícia Civil não tinha conseguido levantar os bens comprados por Guimarães com o dinheiro dos golpes até a tarde desta quarta. A residência fixa do suspeito e o saldo das contas bancárias em nome dele também eram desconhecidos.
Os investigadores desconfiam da existência de vítimas em outros estados. "Ele tem uma filha em São Paulo, visita ela de vez em quando, então pode ser que tenha vítimas lá. Pode ter certeza que há muito mais vítimas do que a gente sabe até agora", afirma Rocha.
Antônio Guimarães será indiciado por estelionato por causa das novas denúncias e pode pegar entre 1 e 5 anos de prisão pelos crimes.
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