Brasil foi importante para mundo frear avanço da aids, diz ONU
A meta que chegou a parecer um sonho há 15 anos — frear e começar a reverter a incidência da aids no mundo — foi atingida. Dados publicados nesta terça-feira (14/07) pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que 15 milhões de pessoas estão recebendo os coquetéis de combate ao vírus e que o objetivo de acabar com a doença até 2030 pode ser considerada "realista" se investimentos forem feitos.
No ano 2000, a ONU estabeleceu como uma das Metas do Milênio frear e reverter a aids no mundo, objetivo que chegou a ser ridicularizado por líderes e mesmo empresas do setor. Em 2015, os dados apontam que as novas infecções caíram em 35% e as mortes foram reduzidas em 41% em 15 anos. A resposta global ainda evitou 30 milhões de novos casos e 8 milhões de mortes. "O mundo conseguiu parar e reverter a epidemia da aids", disse Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU. "Agora precisamos nos comprometer a acabar com a epidemia."
Os estudos da ONU revelam que o investimento no combate à doença foi um dos mais produtivos em gerações. O levantamento também indica que o mundo está no caminho para atingir a meta de ter US$ 22 bilhões por ano para essa luta.
"Há 15 anos, existia uma conspiração do silêncio. A aids era uma doença 'dos outros' e o tratamento era apenas para os ricos", disse Michel Sidibe, diretor executivo da Unaids, o programa da ONU contra a aids. "Provamos que isso era errado e hoje temos 15 milhões sob tratamento", disse. Para ele, quando a meta foi estabelecida, muitos a achavam que seria "impossível".
Naquele momento, 8,5 mil novos casos eram registrados por dia. Desde então, as infecções caíram de 3,1 milhões para 2 milhões por ano, uma redução de 35%. Se nada tivesse sido feito, esse número teria chegado a 6 milhões em 2014. Ao todo, 83 países - que representam 83% dos casos - frearam ou reverteram a contaminação, incluindo Índia, Quênia, África do Sul e Zimbábue. Por ano, 520 mil crianças estavam sendo afetadas em 2000. Hoje, essa taxa caiu em 58%.
"Em 2000, a aids era um sentença de morte", diz a ONU, com 4,3 mil mortes diárias - ou 1,6 milhão de mortes anuais. Hoje, essa taxa caiu para 1,2 milhão de mortes por ano. Hoje, 36,9 milhões de pessoas vivem com o vírus no mundo.
Alerta
Apesar dos resultados divulgados, nem todos compartilham do mesmo otimismo. Para a entidade Médicos sem Fronteiras, atingir 15 milhões de pessoas, de fato, é um "feito importante". "Mas não podemos perder de vista que mais da metade das pessoas que vivem com aids continuam sem acesso ao tratamento", disse a entidade.
Segundo Sharonann Lynch, representante da entidade, "certos países contam com uma cobertura de apenas 17% dos pacientes". Ela ainda critica o fato de que os doadores têm sugerido a redução de recursos para o combate à aids em países em desenvolvimento. "Temos de usar essa oportunidade para dar um golpe na epidemia. Ou corremos o risco de perder o que ganhamos e voltar às mesmas taxas de infecção do passado", alertou.
Brasil
A ONU destacou que parte do sucesso do mundo em combater a aids foi resultado de ter adotado a estratégia que o Brasil havia estabelecido de distribuir o tratamento a todas as pessoas. Hoje, porém, a taxa de avanço nos números brasileiros não seguem o ritmo mundial. "O Brasil foi o primeiro país a dar de forma gratuita uma combinação de tratamento de aids. Ao fazer isso, o Brasil desafiou as previsões do Banco Mundial", indicou o informe.
O informe também destaca como as ameaças de quebra de patentes e as negociações com empresas garantiram preços mais baixos. Por pessoa, o tratamento custaria US$ 274 no Brasil, ante mais de US$ 2,5 mil se comprado das farmacêuticas. Coordenador de projetos sociais do Instituto Vida Nova, Américo Nunes, de 53 anos, foi diagnosticado em 1988 e acompanhou a evolução do tratamento. "Com o resultado, falaram que eu ia viver seis meses. Hoje, temos medicamentos avançados, menos efeitos colaterais."
A consultora de prevenção ao HIV Silvia Almeida, de 51 anos, convive com o vírus desde 1994, quando contraiu do marido, e aposta na educação do filho para que ele não se contamine. "Providencio bastante camisinha para ele e converso sobre isso. Acho que a juventude tem muita liberdade sexual, existe informação, mas os jovens não procuram saber o que é o HIV." Balanço do Ministério da Saúde deste ano apontou que 45% dos brasileiros não usam camisinha com parceiros casuais.
Os atuais números brasileiros sobre a aids não seguem a mesma tendência mundial. No ano 2000, entre 360 mil a 500 mil brasileiros eram portadores do vírus. Hoje, ele seriam entre 610 mil e 1 milhão de pessoas. O número de novos casos também aumentou. Em 2000, entre 29 mil e 51 mil pessoas foram contaminadas no País. Em 2014, esse número variou entre 31 mil e 57 mil. O ministério afirma que investe em ações para reduzir os casos.
"Fizemos uma campanha no ano inteiro. Há novas estratégias de prevenção, como o teste. Estamos trabalhando para que as pessoas comecem o tratamento", diz Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde.
No ano 2000, a ONU estabeleceu como uma das Metas do Milênio frear e reverter a aids no mundo, objetivo que chegou a ser ridicularizado por líderes e mesmo empresas do setor. Em 2015, os dados apontam que as novas infecções caíram em 35% e as mortes foram reduzidas em 41% em 15 anos. A resposta global ainda evitou 30 milhões de novos casos e 8 milhões de mortes. "O mundo conseguiu parar e reverter a epidemia da aids", disse Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU. "Agora precisamos nos comprometer a acabar com a epidemia."
Os estudos da ONU revelam que o investimento no combate à doença foi um dos mais produtivos em gerações. O levantamento também indica que o mundo está no caminho para atingir a meta de ter US$ 22 bilhões por ano para essa luta.
"Há 15 anos, existia uma conspiração do silêncio. A aids era uma doença 'dos outros' e o tratamento era apenas para os ricos", disse Michel Sidibe, diretor executivo da Unaids, o programa da ONU contra a aids. "Provamos que isso era errado e hoje temos 15 milhões sob tratamento", disse. Para ele, quando a meta foi estabelecida, muitos a achavam que seria "impossível".
Naquele momento, 8,5 mil novos casos eram registrados por dia. Desde então, as infecções caíram de 3,1 milhões para 2 milhões por ano, uma redução de 35%. Se nada tivesse sido feito, esse número teria chegado a 6 milhões em 2014. Ao todo, 83 países - que representam 83% dos casos - frearam ou reverteram a contaminação, incluindo Índia, Quênia, África do Sul e Zimbábue. Por ano, 520 mil crianças estavam sendo afetadas em 2000. Hoje, essa taxa caiu em 58%.
"Em 2000, a aids era um sentença de morte", diz a ONU, com 4,3 mil mortes diárias - ou 1,6 milhão de mortes anuais. Hoje, essa taxa caiu para 1,2 milhão de mortes por ano. Hoje, 36,9 milhões de pessoas vivem com o vírus no mundo.
Alerta
Apesar dos resultados divulgados, nem todos compartilham do mesmo otimismo. Para a entidade Médicos sem Fronteiras, atingir 15 milhões de pessoas, de fato, é um "feito importante". "Mas não podemos perder de vista que mais da metade das pessoas que vivem com aids continuam sem acesso ao tratamento", disse a entidade.
Segundo Sharonann Lynch, representante da entidade, "certos países contam com uma cobertura de apenas 17% dos pacientes". Ela ainda critica o fato de que os doadores têm sugerido a redução de recursos para o combate à aids em países em desenvolvimento. "Temos de usar essa oportunidade para dar um golpe na epidemia. Ou corremos o risco de perder o que ganhamos e voltar às mesmas taxas de infecção do passado", alertou.
Brasil
A ONU destacou que parte do sucesso do mundo em combater a aids foi resultado de ter adotado a estratégia que o Brasil havia estabelecido de distribuir o tratamento a todas as pessoas. Hoje, porém, a taxa de avanço nos números brasileiros não seguem o ritmo mundial. "O Brasil foi o primeiro país a dar de forma gratuita uma combinação de tratamento de aids. Ao fazer isso, o Brasil desafiou as previsões do Banco Mundial", indicou o informe.
O informe também destaca como as ameaças de quebra de patentes e as negociações com empresas garantiram preços mais baixos. Por pessoa, o tratamento custaria US$ 274 no Brasil, ante mais de US$ 2,5 mil se comprado das farmacêuticas. Coordenador de projetos sociais do Instituto Vida Nova, Américo Nunes, de 53 anos, foi diagnosticado em 1988 e acompanhou a evolução do tratamento. "Com o resultado, falaram que eu ia viver seis meses. Hoje, temos medicamentos avançados, menos efeitos colaterais."
A consultora de prevenção ao HIV Silvia Almeida, de 51 anos, convive com o vírus desde 1994, quando contraiu do marido, e aposta na educação do filho para que ele não se contamine. "Providencio bastante camisinha para ele e converso sobre isso. Acho que a juventude tem muita liberdade sexual, existe informação, mas os jovens não procuram saber o que é o HIV." Balanço do Ministério da Saúde deste ano apontou que 45% dos brasileiros não usam camisinha com parceiros casuais.
Os atuais números brasileiros sobre a aids não seguem a mesma tendência mundial. No ano 2000, entre 360 mil a 500 mil brasileiros eram portadores do vírus. Hoje, ele seriam entre 610 mil e 1 milhão de pessoas. O número de novos casos também aumentou. Em 2000, entre 29 mil e 51 mil pessoas foram contaminadas no País. Em 2014, esse número variou entre 31 mil e 57 mil. O ministério afirma que investe em ações para reduzir os casos.
"Fizemos uma campanha no ano inteiro. Há novas estratégias de prevenção, como o teste. Estamos trabalhando para que as pessoas comecem o tratamento", diz Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde.
Últimas Notícias
Arapiraca
VÍDEO. Casal é encontrado morto com mãos amarradas no bairro Primavera
Saúde
Sobe para 23 o número de mortos em grave acidente de ônibus na Serra da Barriga
Política
Governo de Alagoas cancela agendas oficiais em respeito às vítimas do acidente na Serra da Barriga
Política
Ministra da igualdade racial, Anielle Franco lamenta tragédia na Serra da Barriga e presta solidariedade às vítimas
Arapiraca
Tragédia na Serra da Barriga:: Ônibus teria perdido a força e caído de ré na ribanceira
Vídeos mais vistos
TV JÁ É
Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano
Geral
Morte em churrascaria de Arapiraca
TV JÁ É
Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca
TV JÁ É
Inauguração Jomart Atacarejo
TV JÁ É