Fotos mostram furo em colete usado por policial morto em Alagoas
Testes realizados esta semana mostram que coletes iguais ao utilizado pelo policial rodoviário federal Luiz de Gonzaga Santos, morto em Ouro Branco há dois meses, não são seguros. O agente trabalhava na cidade, que fica no sertão, quando um criminoso atirou três vezes. Ele morreu na hora e equipes de socorro afirmam que o colete foi perfurado.
“A gente perder o nosso pai por falta de condições de trabalho. Isso aí é absurdo”, lamenta Leandro Fontes Pereira, filho do policial.
O programa Fantástico conseguiu o laudo do Instituto Médico Legal. O documento diz que um dos tiros atingiu o hipocôndrio esquerdo de Luiz de Gonzaga. Nas fotos tiradas por um policial logo depois do crime, há um furo no colete bem no local que deveria proteger essa região do corpo.
Foi a diretoria de fiscalização de produtos controlados do Exército que testou e autorizou a fabricação do colete, que deveria suportar até tiro de calibre ponto 44. Mas o policial morreu com disparos de um calibre 38.
“Todos os policiais estão trabalhando com extrema insegurança. A gente inclusive está acompanhando de perto para que seja esclarecido essa ocorrência”, diz Pedro Cavalcante, presidente da Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal.
Coletes da mesma empresa, também aprovados pelo Exército, foram testados esta semana pela Polícia Militar de São Paulo. Os tiros furaram os equipamentos de proteção que iriam para a Rota, uma tropa de elite do estado.
A PM informou que usa diversas marcas de coletes e que devolveu o lote de 400 que foi reprovado à fabricante: a Companhia Brasileira de Cartuchos. Em nota, a empresa informou que "está realizando uma série de averiguações técnicas para identificar as causas do ocorrido". Quanto à morte do policial Luiz de Gonzaga, a empresa disse que aguarda a conclusão da perícia.
Domingo passado (28), o Fantástico já havia mostrado acusações de corrupção contra a diretoria de fiscalização de produtos controlados do Exército. Pelo menos 12 militares são investigados. Eles são suspeitos de cobrar propina para liberar produtos que não protegem como deveriam.
E contra um dos militares, suspeito de ter recebido mais de R$ 500 mil, surgiram novas denúncias. Na conta do tenente José Jorge dos Santos Filho, estão registrados três depósitos que somam R$ 12,5 mil: esse dinheiro saiu da conta da Inbra, a maior empresa de equipamentos de segurança do Brasil.
O presidente do Grupo Inbra informou que já abriu uma sindicância e tudo indica que tenha sido propina mesmo, paga por algum diretor.
Fantástico: Os depósitos foram diretamente na conta do tenente José Jorge?
Jairo Cândido, pres. do Grupo Inbra: Foram.
O empresário afirma que a blindagem dele é segura e que já vinha estranhando o comportamento de militares da diretoria de produtos controlados.
“Se nós inclusive pagamos, como parece que pagamos pra obter algum tipo de documento, não está correto”, diz Jairo Cândido, pres. do Grupo Inbra.
De acordo com os procuradores, uma das maiores fabricantes de vidros blindados do Brasil, a Ser Glass, também depositou dinheiro na conta do tenente Jorge. E esta semana, surgiu mais um indício da fraude envolvendo o militar e a Ser Glass.
O Fantástico teve acesso a uma planilha do Exército, que estava num computador da diretoria de fiscalização de produtos controlados. Esse computador foi apreendido em maio deste ano, durante uma busca autorizada pela Justiça.
Segundo a investigação, foi o tenente Jorge quem incluiu no sistema, em junho de 2012, a autorização fraudada que a Ser Glass usa até hoje. A procuradoria diz que essa autorização saiu sem que nenhum teste fosse realizado.
O tenente José Jorge dos Santos Filho não quis se manifestar. Semana passada, por meio do advogado, ele disse que jamais recebeu vantagens indevidas e que todos os valores depositados nas contas dele têm justificativa.
Em 2013, o Ministério Público testou os vidros da Ser Glass e a blindagem não suportou os tiros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas informou que a Ser Glass se recusou a fornecer vidros para testes no Exército e que ela não tem mais o certificado da ABNT desde março passado.
A Justiça analisa um pedido de bloqueio dos bens da empresa e dos sócios. A procuradoria também quer que todos os vidros vendidos sejam trocados. “O objetivo central da ação civil pública é garantir a integridade física e a vida dos consumidores”, afirma Cláudio Martins, procurador de Justiça Militar.
A Ser Glass afirma que segue a lei e que está com a documentação correta. Diz ainda que vai pedir à Justiça que faça um teste nos seus vidros para mostrar que são seguros. A empresa também falou que não reconhece a credibilidade dos testes do Ministério Público.
Na quinta-feira (2), o Exército anunciou a mudança de comando na diretoria de fiscalização de produtos controlados. No lugar do general Luis Henrique de Andrade, entra o coronel Ivan Ferreira Neiva Filho.
Quanto aos coletes à prova de balas, o Exército garantiu que os equipamentos aprovados pela instituição são seguros.
A Polícia Rodoviária criou um grupo de trabalho para analisar a eficiência dos que foram comprados pelo Governo Federal.
O policial Luiz de Gonzaga, morto com um colete suspeito de não proteger ninguém, tinha 63 anos de idade. “Meu pai era apaixonado pelo que ele fazia. Tanto é que ele poderia já ter se aposentado e optou por continuar trabalhando, servindo a sociedade, defendendo a farda, a instituição que ele tanto amava”, diz a filha de Luiz, Luciana Santos Fontes.
“A gente perder o nosso pai por falta de condições de trabalho. Isso aí é absurdo”, lamenta Leandro Fontes Pereira, filho do policial.
O programa Fantástico conseguiu o laudo do Instituto Médico Legal. O documento diz que um dos tiros atingiu o hipocôndrio esquerdo de Luiz de Gonzaga. Nas fotos tiradas por um policial logo depois do crime, há um furo no colete bem no local que deveria proteger essa região do corpo.
Foi a diretoria de fiscalização de produtos controlados do Exército que testou e autorizou a fabricação do colete, que deveria suportar até tiro de calibre ponto 44. Mas o policial morreu com disparos de um calibre 38.
“Todos os policiais estão trabalhando com extrema insegurança. A gente inclusive está acompanhando de perto para que seja esclarecido essa ocorrência”, diz Pedro Cavalcante, presidente da Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal.
Coletes da mesma empresa, também aprovados pelo Exército, foram testados esta semana pela Polícia Militar de São Paulo. Os tiros furaram os equipamentos de proteção que iriam para a Rota, uma tropa de elite do estado.
A PM informou que usa diversas marcas de coletes e que devolveu o lote de 400 que foi reprovado à fabricante: a Companhia Brasileira de Cartuchos. Em nota, a empresa informou que "está realizando uma série de averiguações técnicas para identificar as causas do ocorrido". Quanto à morte do policial Luiz de Gonzaga, a empresa disse que aguarda a conclusão da perícia.
Domingo passado (28), o Fantástico já havia mostrado acusações de corrupção contra a diretoria de fiscalização de produtos controlados do Exército. Pelo menos 12 militares são investigados. Eles são suspeitos de cobrar propina para liberar produtos que não protegem como deveriam.
E contra um dos militares, suspeito de ter recebido mais de R$ 500 mil, surgiram novas denúncias. Na conta do tenente José Jorge dos Santos Filho, estão registrados três depósitos que somam R$ 12,5 mil: esse dinheiro saiu da conta da Inbra, a maior empresa de equipamentos de segurança do Brasil.
O presidente do Grupo Inbra informou que já abriu uma sindicância e tudo indica que tenha sido propina mesmo, paga por algum diretor.
Fantástico: Os depósitos foram diretamente na conta do tenente José Jorge?
Jairo Cândido, pres. do Grupo Inbra: Foram.
O empresário afirma que a blindagem dele é segura e que já vinha estranhando o comportamento de militares da diretoria de produtos controlados.
“Se nós inclusive pagamos, como parece que pagamos pra obter algum tipo de documento, não está correto”, diz Jairo Cândido, pres. do Grupo Inbra.
De acordo com os procuradores, uma das maiores fabricantes de vidros blindados do Brasil, a Ser Glass, também depositou dinheiro na conta do tenente Jorge. E esta semana, surgiu mais um indício da fraude envolvendo o militar e a Ser Glass.
O Fantástico teve acesso a uma planilha do Exército, que estava num computador da diretoria de fiscalização de produtos controlados. Esse computador foi apreendido em maio deste ano, durante uma busca autorizada pela Justiça.
Segundo a investigação, foi o tenente Jorge quem incluiu no sistema, em junho de 2012, a autorização fraudada que a Ser Glass usa até hoje. A procuradoria diz que essa autorização saiu sem que nenhum teste fosse realizado.
O tenente José Jorge dos Santos Filho não quis se manifestar. Semana passada, por meio do advogado, ele disse que jamais recebeu vantagens indevidas e que todos os valores depositados nas contas dele têm justificativa.
Em 2013, o Ministério Público testou os vidros da Ser Glass e a blindagem não suportou os tiros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas informou que a Ser Glass se recusou a fornecer vidros para testes no Exército e que ela não tem mais o certificado da ABNT desde março passado.
A Justiça analisa um pedido de bloqueio dos bens da empresa e dos sócios. A procuradoria também quer que todos os vidros vendidos sejam trocados. “O objetivo central da ação civil pública é garantir a integridade física e a vida dos consumidores”, afirma Cláudio Martins, procurador de Justiça Militar.
A Ser Glass afirma que segue a lei e que está com a documentação correta. Diz ainda que vai pedir à Justiça que faça um teste nos seus vidros para mostrar que são seguros. A empresa também falou que não reconhece a credibilidade dos testes do Ministério Público.
Na quinta-feira (2), o Exército anunciou a mudança de comando na diretoria de fiscalização de produtos controlados. No lugar do general Luis Henrique de Andrade, entra o coronel Ivan Ferreira Neiva Filho.
Quanto aos coletes à prova de balas, o Exército garantiu que os equipamentos aprovados pela instituição são seguros.
A Polícia Rodoviária criou um grupo de trabalho para analisar a eficiência dos que foram comprados pelo Governo Federal.
O policial Luiz de Gonzaga, morto com um colete suspeito de não proteger ninguém, tinha 63 anos de idade. “Meu pai era apaixonado pelo que ele fazia. Tanto é que ele poderia já ter se aposentado e optou por continuar trabalhando, servindo a sociedade, defendendo a farda, a instituição que ele tanto amava”, diz a filha de Luiz, Luciana Santos Fontes.
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