Pesquisador da Ufal divulga alerta de espécie marítima invasora
O professor Cláudio Sampaio, do curso de Engenharia de Pesca da Unidade de Penedo, divulgou alerta sobre uma espécie invasora, o Peixe-Leão, no Arraial do Cabo (RJ), produzido pelo professor Carlos Eduardo Ferreira, da Universidade Federal Fluminense. “O alerta está sendo divulgado em todo o país, com o intuito de colaborar com as pesquisas sobre o Peixe-Leão e também para dificultar a invasão dessa espécie no Brasil”, informa o pesquisador da Ufal.
Segundo Cláudio Sampaio, está sendo criada uma rede ao longo do litoral brasileiro que envolverá diferentes pesquisadores para monitorar a chegada do Peixe-Leão. “Certamente a Universidade Federal de Alagoas fará parte desta rede, uma vez que já trabalhamos com outras espécies invasoras marinhas, como o coral sol, os tucunarés, tilápias e cará-bois no rio São Francisco”, ressalta Cláudio.
O pesquisador informa ainda que foi feito o registro de um indivíduo adulto, e outro ainda aguarda confirmação científica, em Arraial do Cabo. “Com isso, a presença do Peixe-Leão, espécie invasora, nos recifes brasileiros é certa, faltando apenas o registro oficial, uma vez que a ocorrência mais próxima do Brasil, é o litoral da Venezuela”, esclarece Cláudio Sampaio.
Preocupação
A preocupação dos cientistas se deve ao fato de o Peixe-Leão ser uma espécie resistente a uma série de fatores, suportando grandes variações de profundidade, temperatura e salinidade, habitando desde áreas de manguezais, passando por bancos de algas, recifes e naufrágios, além de produzir muitos ovos que flutuam ao sabor das correntes marinhas. "Por causa desses fatores, a presença do Peixe-Leão, infelizmente, é aguardada no litoral nordestino. É uma questão de tempo", alerta o pesquisador.
Um estudo, ainda não publicado, realizado com o primeiro Peixe-Leão encontrado no Brasil indica que o indivíduo coletado no Arraial do Cabo pela equipe do professor Carlos Eduardo Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, é originário das populações do Caribe e não de sua área original de distribuição. "Isso reforça as suspeitas de que o Peixe-Leão já chegou, definitivamente, no litoral brasileiro, passando pelos recifes do Nordeste. Como ainda não foi detectada sua presença, a hipótese é que os peixes estejam em recifes mais profundos e pouco visitados pelos mergulhadores", explica Cláudio.
O pesquisador alagoano esclarece que o Peixe-Leão é uma espécie peçonhenta, ou seja, possui mecanismo para injetar veneno, mas apenas se manipulado. "No caso do Peixe-Leão são os espinhos da nadadeira dorsal. Os acidentes são dolorosos, mas não fatais e ocorrem muitas vezes quando o peixe se defende de um mergulhador desavisado ou pescador. No Brasil, há casos de acidentes envolvendo aquaristas, pois o Peixe-Leão é apreciado como ornamental", ressalta ele.
Foi justamente por ser mantido em aquários que aconteceu a invasão na região da Flórida e Caribe. "Possivelmente alguns poucos exemplares foram soltos por aquaristas que não queriam mais o peixe. O Peixe-Leão é um predador voraz, que cresce rápido, ou seja, não é uma espécie indicada para ser mantida em aquários comunitários, com outros peixes menores. Também pode ser que os peixes tenham fugido durante um tornado na Flórida", questiona o professor.
Cláudio Sampaio ressalta ainda que o problema da chegada de um peixe predador por excelência é que as espécies nativas não o reconhecem como uma ameaça, sendo facilmente predadas. Além disso, com a pesca intensa de sirigados, garoupas, meros, tubarões e outros grandes peixes nativos, espécies potencialmente predadoras do Peixe-Leão, a invasão ocorre de maneira mais fácil e rápida. “A presença do Peixe-Leão reduz a riqueza dos recifes, pois ele consome muitos peixes jovens, inclusive vários de interesse comercial, prejudicando o turismo e a pesca, que são setores importantes da economia alagoana”, explica o pesquisador da Unidade de Penedo.
Novo alerta
Cláudio Sampaio faz um alerta: caso algum Peixe-Leão seja observado no litoral alagoano, é preciso ter muito cuidado para evitar acidentes. "Quem avistar essa espécie, pode colaborar registrando o local do mergulho, se possível com fotos. "É importante incluir o exato local onde o Peixe-Leão foi visto, com profundidade e se ele estava próximo de algum coral, abrigado em toca ou nadando ativamente", solicita o professor.
Essas informações devem ser enviadas para Cláudio Sampaio, professor da Unidade de Penedo, pelo endereço eletrônico: [email protected] pelo telefone (82) 3214-1244.
Veja reportagem do Fantástico, da TV Globo, falando sobre o assunto por meio do link.
Segundo Cláudio Sampaio, está sendo criada uma rede ao longo do litoral brasileiro que envolverá diferentes pesquisadores para monitorar a chegada do Peixe-Leão. “Certamente a Universidade Federal de Alagoas fará parte desta rede, uma vez que já trabalhamos com outras espécies invasoras marinhas, como o coral sol, os tucunarés, tilápias e cará-bois no rio São Francisco”, ressalta Cláudio.
O pesquisador informa ainda que foi feito o registro de um indivíduo adulto, e outro ainda aguarda confirmação científica, em Arraial do Cabo. “Com isso, a presença do Peixe-Leão, espécie invasora, nos recifes brasileiros é certa, faltando apenas o registro oficial, uma vez que a ocorrência mais próxima do Brasil, é o litoral da Venezuela”, esclarece Cláudio Sampaio.
Preocupação
A preocupação dos cientistas se deve ao fato de o Peixe-Leão ser uma espécie resistente a uma série de fatores, suportando grandes variações de profundidade, temperatura e salinidade, habitando desde áreas de manguezais, passando por bancos de algas, recifes e naufrágios, além de produzir muitos ovos que flutuam ao sabor das correntes marinhas. "Por causa desses fatores, a presença do Peixe-Leão, infelizmente, é aguardada no litoral nordestino. É uma questão de tempo", alerta o pesquisador.
Um estudo, ainda não publicado, realizado com o primeiro Peixe-Leão encontrado no Brasil indica que o indivíduo coletado no Arraial do Cabo pela equipe do professor Carlos Eduardo Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, é originário das populações do Caribe e não de sua área original de distribuição. "Isso reforça as suspeitas de que o Peixe-Leão já chegou, definitivamente, no litoral brasileiro, passando pelos recifes do Nordeste. Como ainda não foi detectada sua presença, a hipótese é que os peixes estejam em recifes mais profundos e pouco visitados pelos mergulhadores", explica Cláudio.
O pesquisador alagoano esclarece que o Peixe-Leão é uma espécie peçonhenta, ou seja, possui mecanismo para injetar veneno, mas apenas se manipulado. "No caso do Peixe-Leão são os espinhos da nadadeira dorsal. Os acidentes são dolorosos, mas não fatais e ocorrem muitas vezes quando o peixe se defende de um mergulhador desavisado ou pescador. No Brasil, há casos de acidentes envolvendo aquaristas, pois o Peixe-Leão é apreciado como ornamental", ressalta ele.
Foi justamente por ser mantido em aquários que aconteceu a invasão na região da Flórida e Caribe. "Possivelmente alguns poucos exemplares foram soltos por aquaristas que não queriam mais o peixe. O Peixe-Leão é um predador voraz, que cresce rápido, ou seja, não é uma espécie indicada para ser mantida em aquários comunitários, com outros peixes menores. Também pode ser que os peixes tenham fugido durante um tornado na Flórida", questiona o professor.
Cláudio Sampaio ressalta ainda que o problema da chegada de um peixe predador por excelência é que as espécies nativas não o reconhecem como uma ameaça, sendo facilmente predadas. Além disso, com a pesca intensa de sirigados, garoupas, meros, tubarões e outros grandes peixes nativos, espécies potencialmente predadoras do Peixe-Leão, a invasão ocorre de maneira mais fácil e rápida. “A presença do Peixe-Leão reduz a riqueza dos recifes, pois ele consome muitos peixes jovens, inclusive vários de interesse comercial, prejudicando o turismo e a pesca, que são setores importantes da economia alagoana”, explica o pesquisador da Unidade de Penedo.
Novo alerta
Cláudio Sampaio faz um alerta: caso algum Peixe-Leão seja observado no litoral alagoano, é preciso ter muito cuidado para evitar acidentes. "Quem avistar essa espécie, pode colaborar registrando o local do mergulho, se possível com fotos. "É importante incluir o exato local onde o Peixe-Leão foi visto, com profundidade e se ele estava próximo de algum coral, abrigado em toca ou nadando ativamente", solicita o professor.
Essas informações devem ser enviadas para Cláudio Sampaio, professor da Unidade de Penedo, pelo endereço eletrônico: [email protected] pelo telefone (82) 3214-1244.
Veja reportagem do Fantástico, da TV Globo, falando sobre o assunto por meio do link.
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