Cachorro Urubu faz tributo a Raul e Tim Maia no Orákulo
Preferir ser uma metamorfose ambulante requer anos de prática quase budista olhando para si mesmo, se ouvindo, analisando contextos e reavaliando ideias. O tempo passa e a gente não pode mais – ainda que querendo sê-lo – estar o mesmo.
Foi pensando em não ter aquela velha opinião formada que a banda-tributo Cachorro Urubu resolveu ladrar e planar por ventos sibilantes mais baixos.
Agora, além de interpretar a poesia e melodia de um dos mais vibrantes e inquietos brasileiros que já existiram, Raul Seixas, o grupo vai homenagear toda a expansão da alma de Tim Maia.
Neste sábado, o grupo alagoano faz show no Orákulo Chopperia, bairro de Jaraguá, em Maceió, a partir das 20h30. Abrindo os trabalhos, discotecagem bregueira do fenômeno Givly Simons e o pulsar das guitarras de Ricardo Lopes - Hendrix Experience.
Reconhecimento
Responsável de forma independente por 12 edições do aclamado “Tributo a Raul Seixas”, em Maceió, a Cachorro Urubu leva ao público toda a sinceridade da música do pai do rock brasileiro todos os anos, usualmente nos meses de agosto, data em que se reverencia a passagem de ida (definitiva ou não) para o além do moço do disco voador.
A já grande trupe – Phillipe “Seixas” Carvalho (vocais), Victor Lyra (guitarras), Dinho Zampier (teclados), Ney Guedes (teclados), Marco Túlio (violão e viola), Júnior Beatle (baixo), Rodrigo Sarmento (bateria), Biro Court (backing vocals), Jucélia Gomes (backing vocals), Hadson Rocha (trompete), Glebson Lima (trombone), Lucas Alcântara (sax tenor) e Sérgio Oliveira (sax alto) – ganha a tessitura vocal grave do jovem cantor João Hugo Lyra, também empresário da banda, para dar norte às canções de Tim.
No último evento em tributo a Raulzito, ocorrido em novembro de 2014, ele vociferou “Você”, sucesso do mestre da soul brazuca, e levou a plateia ao cimo do êxtase musical. Emocionado, relatou ter sido esta a coisa, a experiência mais intensa que sentira depois do nascimento de seu primeiro filho.
A nova fase do grupo espelha um novo momento sólido em cada um dos integrantes – que porventura participam ainda de outros projetos e bandas como a Som de Vinil, Herocoice, Giramundo, Wado e Avalon, por exemplo.
As investidas em Tim Maia partirão dos primeiros trabalhos do cantor e compositor carioca, fase em que ele jungia a black music com elementos bem brasileiros.
Neste ínterim, perpassando por toda a história cancioneira de Raul, indo do gospel ao rock, do baião ao tango, da cara ao suor, da luz das estrelas ao tarô de Crowley, a banda Cachorro Urubu “vai subir”, exibindo sua dentadura postiça, sempre risonha.
É este clima de celebração que domina o palco deles desde 2001, quando iniciaram carreira em Maceió, com o descortinar das paredes de som que chegam aos nossos ouvidos e voltam em uníssono, nos refrões cantados por todos como mais se fossem hinos de paz, alegria, parcimônia ou mesmo ironia desmedida. O público é caixa de retorno deles.
E o feedback não vem só daí. Em 2009, Mariano Lanat, baixista de Raulzito e os Panteras, declarou que esta foi a melhor banda que ele já viu interpretar as canções de Raul Seixas. Ele participou, inclusive, de um ensaio do grupo nos preparativos para um dos 'Tributos' e ainda aproveitou a deixa para tocar ao vivo com eles a música-referência "Maluco Beleza" naquele ano.
Dois anos depois, o lendário guitarrista de Raul, Rick Ferreira, se mostrou interessado na Cachorro Urubu e só não participou de um show-tributo por conta de problemas de saúde. Em 2013, foi a vez de Carlos Bala, baterista alagoano que acompanhou Djavan, Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa e até o próprio Raulzito nos idos de 1983, a fazer um som com o grupo alagoano.
Em todas as apresentações – e elas foram muitas, como no festival Viva Arapiraca, Maceió Fora do Eixo e inúmeras outras –, a banda veste literalmente a aura do cantor. Calças bocas-de-sino, botas, camisas psicodélicas, instrumentos vintage e performances acaloradas, ensinando e aprendendo a serem loucos.
Com 25 anos de sua morte e 40 outros da criação da Sociedade Alternativa, este músico baiano nos deixa seu legado: a contestação perene. E a banda Cachorro Urubu carrega consigo esse je ne sais quoi ambulante, levando para as novas (e às velhas e ainda visíveis) gerações a crueza de cantar o que se prenunciou há 10 mil anos atrás.
Foi pensando em não ter aquela velha opinião formada que a banda-tributo Cachorro Urubu resolveu ladrar e planar por ventos sibilantes mais baixos.
Agora, além de interpretar a poesia e melodia de um dos mais vibrantes e inquietos brasileiros que já existiram, Raul Seixas, o grupo vai homenagear toda a expansão da alma de Tim Maia.
Neste sábado, o grupo alagoano faz show no Orákulo Chopperia, bairro de Jaraguá, em Maceió, a partir das 20h30. Abrindo os trabalhos, discotecagem bregueira do fenômeno Givly Simons e o pulsar das guitarras de Ricardo Lopes - Hendrix Experience.
Reconhecimento
Responsável de forma independente por 12 edições do aclamado “Tributo a Raul Seixas”, em Maceió, a Cachorro Urubu leva ao público toda a sinceridade da música do pai do rock brasileiro todos os anos, usualmente nos meses de agosto, data em que se reverencia a passagem de ida (definitiva ou não) para o além do moço do disco voador.
A já grande trupe – Phillipe “Seixas” Carvalho (vocais), Victor Lyra (guitarras), Dinho Zampier (teclados), Ney Guedes (teclados), Marco Túlio (violão e viola), Júnior Beatle (baixo), Rodrigo Sarmento (bateria), Biro Court (backing vocals), Jucélia Gomes (backing vocals), Hadson Rocha (trompete), Glebson Lima (trombone), Lucas Alcântara (sax tenor) e Sérgio Oliveira (sax alto) – ganha a tessitura vocal grave do jovem cantor João Hugo Lyra, também empresário da banda, para dar norte às canções de Tim.
No último evento em tributo a Raulzito, ocorrido em novembro de 2014, ele vociferou “Você”, sucesso do mestre da soul brazuca, e levou a plateia ao cimo do êxtase musical. Emocionado, relatou ter sido esta a coisa, a experiência mais intensa que sentira depois do nascimento de seu primeiro filho.
A nova fase do grupo espelha um novo momento sólido em cada um dos integrantes – que porventura participam ainda de outros projetos e bandas como a Som de Vinil, Herocoice, Giramundo, Wado e Avalon, por exemplo.
As investidas em Tim Maia partirão dos primeiros trabalhos do cantor e compositor carioca, fase em que ele jungia a black music com elementos bem brasileiros.
Neste ínterim, perpassando por toda a história cancioneira de Raul, indo do gospel ao rock, do baião ao tango, da cara ao suor, da luz das estrelas ao tarô de Crowley, a banda Cachorro Urubu “vai subir”, exibindo sua dentadura postiça, sempre risonha.
É este clima de celebração que domina o palco deles desde 2001, quando iniciaram carreira em Maceió, com o descortinar das paredes de som que chegam aos nossos ouvidos e voltam em uníssono, nos refrões cantados por todos como mais se fossem hinos de paz, alegria, parcimônia ou mesmo ironia desmedida. O público é caixa de retorno deles.
E o feedback não vem só daí. Em 2009, Mariano Lanat, baixista de Raulzito e os Panteras, declarou que esta foi a melhor banda que ele já viu interpretar as canções de Raul Seixas. Ele participou, inclusive, de um ensaio do grupo nos preparativos para um dos 'Tributos' e ainda aproveitou a deixa para tocar ao vivo com eles a música-referência "Maluco Beleza" naquele ano.
Dois anos depois, o lendário guitarrista de Raul, Rick Ferreira, se mostrou interessado na Cachorro Urubu e só não participou de um show-tributo por conta de problemas de saúde. Em 2013, foi a vez de Carlos Bala, baterista alagoano que acompanhou Djavan, Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa e até o próprio Raulzito nos idos de 1983, a fazer um som com o grupo alagoano.
Em todas as apresentações – e elas foram muitas, como no festival Viva Arapiraca, Maceió Fora do Eixo e inúmeras outras –, a banda veste literalmente a aura do cantor. Calças bocas-de-sino, botas, camisas psicodélicas, instrumentos vintage e performances acaloradas, ensinando e aprendendo a serem loucos.
Com 25 anos de sua morte e 40 outros da criação da Sociedade Alternativa, este músico baiano nos deixa seu legado: a contestação perene. E a banda Cachorro Urubu carrega consigo esse je ne sais quoi ambulante, levando para as novas (e às velhas e ainda visíveis) gerações a crueza de cantar o que se prenunciou há 10 mil anos atrás.
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