“É o único e o melhor candidato para lidar com este momento da Assembleia”. Foi com esta frase que o deputado estadual Antônio Albuquerque (PRTB) – que preside o parlamento estadual por um momento meteórico, mas diante de uma crise institucional e com os servidores do Legislativo – declarou apoio à eleição do deputado estadual Luiz Dantas (PMDB) à presidência da Casa de Tavares Bastos.

Dantas é candidato único e já conta com o apoio de pelo menos 19 deputados estaduais. Há ainda costuras sendo feitas na montagem da Mesa Diretora, que – conforme bastidores – já foi acordado o vice-presidente (Ronaldo Medeiros do PT) e a primeira-secretária (Ricardo Nezinho do PMDB).

Outros parlamentares ainda brigam por assento na principal comissão do parlamento. É o caso – conforme bastidores – do deputado estadual Marcelo Victor (PROS), que pretende permanecer na Mesa Diretora. Nos bastidores se chegou a especular uma candidatura de Antônio Albuquerque a algum cargo na Mesa e que este também participaria das negociações.

Albuquerque não é um dos deputados estaduais do bloco governista, mas com 20 anos no parlamento é um dos que mais conhecem o Regimento Interno da Casa de Tavares Bastos. Um parlamentar que já presidiu a Assembleia outras vezes. Em uma delas foi “arrancado” da cadeira por conta da Operação Taturana que apontou um desvio de R$ 300 milhões no Poder Legislativo.

Antônio Albuquerque sempre se disse injustiçado diante das acusações que classifica como “ilações”. A Polícia Federal o apontou como chefe de uma quadrilha que teria a participação de outros 15 parlamentares. De volta à presidência da Casa – ainda que em período tão curto, já que seu mandato se encerra em 1º de fevereiro – Albuquerque voltou a frisar sua inocência e disse “ter suportado momentos que só ele sabe o que foram”.

Ao falar de seu próprio futuro na próxima legislatura, o parlamentar diz que “não é candidato a qualquer cargo de direção”. “As pessoas especulam porque eu já fui presidente e estou sempre sendo candidato. Mas, afirmo que não farei parte da próxima Mesa Diretora”, sentenciou.

Albuquerque foi vice-presidente na Mesa que era comandada por Fernando Toledo (PSDB). Todavia, dentro do parlamento, os dois não se “bicavam”. Foram vários embates no uso da tribuna. Isto fez com que o deputado estadual do PRTB fosse vice de direito, mas nunca de fato. Sempre esteve afastado das decisões da Mesa Diretora. Fez questão de deixar isso claro na última entrevista coletiva, ao apontar os erros cometidos pela presidência de Toledo.

Antônio Albuquerque estará fora da Mesa, mas será um dos eleitores de Luiz Dantas. O peemedebista tende a assumir o comando da Casa sem qualquer resistência. Tornar-se-á uma peça importante para os planos do Executivo. Um facilitador nas matérias de interesse do governo do Estado do correligionário Renan Filho. Inicialmente – entretanto – o maior desafio de Dantas é tirar o parlamento da crise de credibilidade na qual se encontra.