Por Niel Antonio

“De mala e cuia”. Expressão muito usada no nosso Nordeste que define bem a instalação da violência na cidade de Arapiraca. Nos últimos anos, os índices de violência têm sido crescentes no interior do Estado, tendo números semelhantes à grande Maceió. Os arapiraquenses não apenas observam de suas janelas, ou apenas ouvem nos principais noticiários da cidade sobre a criminalidade na cidade, mas passaram a serem vítimas de agressores e homicidas que habitam o município.

À medida que Arapiraca passou a crescer abruptamente, sem um planejamento eficiente, iniciou-se também um processo migratório para o principal centro do Agreste. Aos poucos, a população foi sendo dividida entre os que moram nos grandes centros, alguns que integram a classe média, e uma população que cada vez mais expande as periferias da cidade.

Dividida em homicídios, espancamento de pessoas, tentativas de assassinatos, estupros, roubos e furtos, dentre outros, a violência na cidade tem aumentado nos últimos meses, mas os números de pessoas detidas também tem sido correspondentes. De acordo com dados do 3º Batalhão de Polícia Militar de Arapiraca (3º BPM), de janeiro a novembro de 2014, o número de adultos presos foi de 821, enquanto que em 2013 esse número foi de 758. Neste ano, o mês de maio teve o índice de prisão mais alto, com 104 pessoas adultas detidas.

O número de jovens detidos também aumentou em 37%, levando-se em consideração o ano anterior. Em 2013, 110 adolescentes foram apreendidos, enquanto que de janeiro a novembro de 2014 o número subiu para 151, tendo os maiores índices os meses de janeiro e novembro, com 21 detidos, cada.

Os roubos de veículos têm sido constantes na cidade. Em contrapartida, a polícia tem realizado uma busca constante após as queixas apresentadas à Delegacia. Em 2013, 486 veículos foram roubados e 225 recuperados. Em 2014, dos 469, 321 foram recuperados, representando um crescimento de 42,6%, índice que não se verificava há anos, principalmente em se tratando de recuperação de motocicletas. Já o mês de março teve o maior número de roubos, chegando a 86, com 80 veículos recuperados.

De acordo o major Genival, subcomandante do 3º BPM, o planejamento de segurança foi feito até o dia 31 de dezembro deste ano, como forma de reduzir o número de delitos na cidade. “Intensificamos o policiamento não somente na parte motorizada, mas também no centro da cidade, onde há grande circulação de pessoas e houve uma redução considerável de delitos. Colocamos mais policiais e reduzimos a parte burocrática”, ratificou o major.

Entretanto, a segurança reforçada no Centro da cidade enfraqueceu outros pontos, como a zona rural da cidade, onde houve crescimento no número de delitos. Mas, segundo o major Genival, estão sendo estudadas outras maneiras de distribuição de policiais para a segurança das áreas mais afetadas.