'Drácula – A História Nunca Contada' – Falta sangue, falta tudo
Isso já foi dito muitas vezes na história recente, mas mais uma vez pede a repetição: Hollywood está sem ideias. Tanto que, depois de passar pela fase das criação de remakes e sequências de obras de sucesso (e outras de não muito sucesso também), começaram apelar para versões alternativas de contos clássicos – “e se a história não fosse bem como todos conhecem” é o espírito de toda uma leva de produções.
Já vimos isso mais cedo com o herói Hércules e até com a história bíblica de Noé, com resultados mistos. Em “Drácula: A História Nunca Contada” (“Dracula Untold”), a ideia é a mesma – e se o famoso vilão monstruoso fosse um herói? Só que em vez disso, temos algo mais parecido com “e se não fosse uma história nem um pouco assustadora e não tivesse nada demais?”
Não é mais novidade que o livro de Bram Stoker que imortalizou a ideia de Drácula – e de vampiros em geral como os conhecemos – foi vagamente baseado na figura real de Vlad Tepes ou “Vlad, o Empalador”, um príncipe da Valáquia que teria cometido todo tipo de atrocidade. Nessa nova versão, o roteiro foi beber tanto na vida real quanto na obra original, mas isso não melhora as coisas. Vamos lá:
Estamos em 1442, na Transilvânia – o Príncipe Vlad (Luke Evans), é um cara mais ou menos legal, ou ao menos, é um cara legal depois de se aposentar. Acontece que Vlad passou anos como um bravo guerreiro, matando inúmeros inimigos e deixando-os empalados em estacas como aviso a outros, o que lhe garantiu a alcunha adequada de “O Impalador”. Depois de seus anos de matança, Vlad vira um homem de família e passa a viver pacificamente com sua esposa Mirena (Sarah Gadon) e filho Ingeras (Art Parkinson).
Acontece que o império turco, liderado por Mehmed (Dominic Cooper) está avançando, capturando garotos jovens para fazerem parte de seu exército. Quando chega a vez de Ingeras ser recrutado, Vlad intervém, matando os soldados e garantindo a fúria de Mehmed, que passa a ameaçar Vlad e seu povo. A única maneira que resta ao príncipe para proteger a todos é fazer um acordo com o Vampiro Mestre (Charles Dance), ganhando todos os poderes – e problemas – de um vampiro. Com suas novas habilidades, Vlad assume o nome de Drácula e passa a lutar. Mas com os poderes, vem a sede de sangue. Se Vlad resistir por três dias a ela, poderá voltar a ser humano. Se sucumbir, se tornará vampiro para sempre.
Pode soar como o purismo falando mais alto, mas Drácula não foi feito para ser um herói e ainda que nas últimas décadas os vampiros tenham povoado cada vez mais o campo dos filmes de ação e drama, esse não é exatamente seu ambiente ideal. Mas é fato, o filme se esforça: colocando Vlad/Drácula como um príncipe que só quer o bem de seu povo e a proteção de sua família, parece óbvio que temos um herói trágico pronto para acontecer. Exceto que falta muito.
Para começar, tudo parece muito conveniente e pouco profundo, seja o Mestre Vampiro morando próximo de onde Vlad vive, ou mesmo sua motivação – é compreensível que ele queira proteger sua família, mas falta envolvimento com sua esposa e filho. Não temos tempo de tela que mostre o quão importante isso é. O mesmo acontece com sua sede por sangue: a partir do momento que ela entra em jogo, bem como a condição a ela relacionada, não é difícil de adivinhar os caminhos que o filme irá seguir.
O esforço da ideia de transformar Drácula não vai muito longe, beirando a preguiça: somos apresentados aos personagens básicos, depois ao problema, depois Vlad ganha poderes e passa boa parte do filme dizimando tropas inimigas com transformações em milhares de morcegos. Não existem grandes surpresas. É inegável, os efeitos especiais impressionam e são, apesar dos problemas, um dos pontos em que o filme consegue divertir. Mas tirando esses efeitos, a obra não oferece muito mais.
Tudo carrega o clima cinzento e pesado de vários épicos de fantasia do cinema e da televisão, sem muita inovação. Um ponto interessante é que, apesar de ser, teoricamente, um filme de vampiros, falta sangue.
Todo o dramatismo e os dilemas de Vlad não são exatamente profundos. Vale relembrar que o filme tenta trabalhar o aspecto de “humanidade” do herói, que já matou muita gente de maneiras cruéis antes mesmo da história começar. A explicação de “às vezes o que o mundo precisa é um monstro” não é exatamente coerente, seja por lógica ou por moral.
Já vimos isso mais cedo com o herói Hércules e até com a história bíblica de Noé, com resultados mistos. Em “Drácula: A História Nunca Contada” (“Dracula Untold”), a ideia é a mesma – e se o famoso vilão monstruoso fosse um herói? Só que em vez disso, temos algo mais parecido com “e se não fosse uma história nem um pouco assustadora e não tivesse nada demais?”
Não é mais novidade que o livro de Bram Stoker que imortalizou a ideia de Drácula – e de vampiros em geral como os conhecemos – foi vagamente baseado na figura real de Vlad Tepes ou “Vlad, o Empalador”, um príncipe da Valáquia que teria cometido todo tipo de atrocidade. Nessa nova versão, o roteiro foi beber tanto na vida real quanto na obra original, mas isso não melhora as coisas. Vamos lá:
Estamos em 1442, na Transilvânia – o Príncipe Vlad (Luke Evans), é um cara mais ou menos legal, ou ao menos, é um cara legal depois de se aposentar. Acontece que Vlad passou anos como um bravo guerreiro, matando inúmeros inimigos e deixando-os empalados em estacas como aviso a outros, o que lhe garantiu a alcunha adequada de “O Impalador”. Depois de seus anos de matança, Vlad vira um homem de família e passa a viver pacificamente com sua esposa Mirena (Sarah Gadon) e filho Ingeras (Art Parkinson).
Acontece que o império turco, liderado por Mehmed (Dominic Cooper) está avançando, capturando garotos jovens para fazerem parte de seu exército. Quando chega a vez de Ingeras ser recrutado, Vlad intervém, matando os soldados e garantindo a fúria de Mehmed, que passa a ameaçar Vlad e seu povo. A única maneira que resta ao príncipe para proteger a todos é fazer um acordo com o Vampiro Mestre (Charles Dance), ganhando todos os poderes – e problemas – de um vampiro. Com suas novas habilidades, Vlad assume o nome de Drácula e passa a lutar. Mas com os poderes, vem a sede de sangue. Se Vlad resistir por três dias a ela, poderá voltar a ser humano. Se sucumbir, se tornará vampiro para sempre.
Pode soar como o purismo falando mais alto, mas Drácula não foi feito para ser um herói e ainda que nas últimas décadas os vampiros tenham povoado cada vez mais o campo dos filmes de ação e drama, esse não é exatamente seu ambiente ideal. Mas é fato, o filme se esforça: colocando Vlad/Drácula como um príncipe que só quer o bem de seu povo e a proteção de sua família, parece óbvio que temos um herói trágico pronto para acontecer. Exceto que falta muito.
Para começar, tudo parece muito conveniente e pouco profundo, seja o Mestre Vampiro morando próximo de onde Vlad vive, ou mesmo sua motivação – é compreensível que ele queira proteger sua família, mas falta envolvimento com sua esposa e filho. Não temos tempo de tela que mostre o quão importante isso é. O mesmo acontece com sua sede por sangue: a partir do momento que ela entra em jogo, bem como a condição a ela relacionada, não é difícil de adivinhar os caminhos que o filme irá seguir.
O esforço da ideia de transformar Drácula não vai muito longe, beirando a preguiça: somos apresentados aos personagens básicos, depois ao problema, depois Vlad ganha poderes e passa boa parte do filme dizimando tropas inimigas com transformações em milhares de morcegos. Não existem grandes surpresas. É inegável, os efeitos especiais impressionam e são, apesar dos problemas, um dos pontos em que o filme consegue divertir. Mas tirando esses efeitos, a obra não oferece muito mais.
Tudo carrega o clima cinzento e pesado de vários épicos de fantasia do cinema e da televisão, sem muita inovação. Um ponto interessante é que, apesar de ser, teoricamente, um filme de vampiros, falta sangue.
Todo o dramatismo e os dilemas de Vlad não são exatamente profundos. Vale relembrar que o filme tenta trabalhar o aspecto de “humanidade” do herói, que já matou muita gente de maneiras cruéis antes mesmo da história começar. A explicação de “às vezes o que o mundo precisa é um monstro” não é exatamente coerente, seja por lógica ou por moral.
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