Mano desolado, garotos assustados e clima de velório: a queda do Timão
O relógio já se aproximava de 1h30 da quinta-feira quando o ônibus do Corinthians deixou o estacionamento do Mineirão após a derrota por 4 a 1 para o Atlético-MG, resultado que eliminou o Timão da Copa do Brasil. Na primeira poltrona da fileira à direita, o técnico Mano Menezes tinha expressão vazia: encostado à janela, olhava para baixo, com a cabeça apoiada em uma das mãos, incrédulo. Antes de partir em direção ao hotel onde a delegação estava hospedada, o treinador balançou a cabeça negativamente repetidas vezes, como se ainda não acreditasse no que havia acabado de acontecer. Uma queda dolorosa, na competição que o clube tratava como maior aposta para o restante de temporada.
A voz embargada na entrevista coletiva e as pausas entre as frases já davam ideia da reação de Mano Menezes ao resultado da partida no Mineirão. O discurso de confiança adotado após a vitória por 2 a 0 no jogo de ida, há duas semanas, foi substituído pelo inconformismo. O técnico sabia que a força da torcida do Atlético-MG, aliada à formação desfalcada do Timão, poderiam complicar a situação da equipe. Mas realmente não acreditava, especialmente após Guerrero abrir o placar no Mineirão aos quatro minutos do primeiro tempo, que deixaria Belo Horizonte como o derrotado de uma virada histórica do Galo.
O clima no hotel onde a equipe estava hospedada era exatamente o oposto após a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro. Naquela oportunidade, há uma semana, no mesmo local, os jogadores ficaram um bom tempo conversando após o tradicional lanche pós-jogo. Na madrugada desta quinta, o processo foi rápido, e todos partiram para seus respectivos quartos. Sem rastros de protestos ou reclamações de torcedores pela derrota.
Reações no grupo
As reações no grupo corintiano foram variadas. Enquanto Mano tinha dificuldades para explicar o que havia acabado de acontecer, os jogadores mais jovens se mostravam assustados. Apesar da inexperiência, atletas como o atacante Malcom, de apenas 17 anos, sabiam o tamanho da repercussão de uma derrota de virada, que se transformou em goleada e fim da trajetória do Timão no mata-mata. Um vestiário com clima de velório por parte da maioria e de irritação de outros, como o atacante Paolo Guerrero, absolutamente revoltado com a eliminação.
Revolta semelhante à do goleiro Cássio, que disparou que havia “gente que não estava preparada para jogar no Corinthians” no curto contato com a imprensa ainda no gramado do Mineirão após a derrota. O jogador se retratou antes de deixar o estádio, dizendo que todos tinham sua parcela de culpa. Durante a partida, os diálogos com o zagueiro Felipe – que desviou a bola de sua rota e “matou” Cássio no segundo gol do Atlético-MG – deixavam claro que o goleiro não estava nada satisfeito com a atuação trágica de sua defesa.
No intervalo da derrota para o Botafogo, no último sábado, ele já havia apontado a desorganização da equipe após sofrer um gol, dizendo que os zagueiros não deveriam atacar, mas sim permanecer em suas funções originais. Sem Gil, que voltou da seleção brasileira, mas deu a entender que não tinha condições para começar a partida, o Corinthians sofreu com uma defesa que “bateu cabeça” o jogo inteiro. A falha de posicionamento de Felipe no quarto gol é notável.
Faltando pouco para o fim de seu mandato, Gobbi descarta mudanças
A pouco mais de três meses para o fim do seu mandato, o presidente Mário Gobbi descarta a saída de Mano do cargo. Ciente de que o seu sucessor também terá um nome de preferência para assumir a vaga, o mandatário sabe que qualquer movimentação neste momento seria precipitada. Nos bastidores, membros da oposição já se preocupam com a questão. A eleição está marcada para o início de fevereiro, e o processo de contratação de um novo técnico teria de acontecer com o Campeonato Paulista, por exemplo, já se iniciando.
Apesar do nervosismo após a derrota, a diretoria faz questão de deixar claro aos jogadores que a vaga na Taça Libertadores da América continua como obrigação, agora por meio de uma vaga no G-4 do Brasileiro. “Catástrofe”, “desastre”, “frustração”... Os substantivos para definir o que representaria não jogar o principal torneio do continente pelo segundo ano consecutivo se acumulam nas declarações de jogadores e diretores. O agora único caminho por esse direito recomeça no domingo, às 16h (horário de Brasília), contra o Internacional, no Beira-Rio.
Eliminada, a delegação do Corinthians deixa o Mineirão (Foto: Rodrigo Faber)
A voz embargada na entrevista coletiva e as pausas entre as frases já davam ideia da reação de Mano Menezes ao resultado da partida no Mineirão. O discurso de confiança adotado após a vitória por 2 a 0 no jogo de ida, há duas semanas, foi substituído pelo inconformismo. O técnico sabia que a força da torcida do Atlético-MG, aliada à formação desfalcada do Timão, poderiam complicar a situação da equipe. Mas realmente não acreditava, especialmente após Guerrero abrir o placar no Mineirão aos quatro minutos do primeiro tempo, que deixaria Belo Horizonte como o derrotado de uma virada histórica do Galo.
O clima no hotel onde a equipe estava hospedada era exatamente o oposto após a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro. Naquela oportunidade, há uma semana, no mesmo local, os jogadores ficaram um bom tempo conversando após o tradicional lanche pós-jogo. Na madrugada desta quinta, o processo foi rápido, e todos partiram para seus respectivos quartos. Sem rastros de protestos ou reclamações de torcedores pela derrota.
Reações no grupo
As reações no grupo corintiano foram variadas. Enquanto Mano tinha dificuldades para explicar o que havia acabado de acontecer, os jogadores mais jovens se mostravam assustados. Apesar da inexperiência, atletas como o atacante Malcom, de apenas 17 anos, sabiam o tamanho da repercussão de uma derrota de virada, que se transformou em goleada e fim da trajetória do Timão no mata-mata. Um vestiário com clima de velório por parte da maioria e de irritação de outros, como o atacante Paolo Guerrero, absolutamente revoltado com a eliminação.
Revolta semelhante à do goleiro Cássio, que disparou que havia “gente que não estava preparada para jogar no Corinthians” no curto contato com a imprensa ainda no gramado do Mineirão após a derrota. O jogador se retratou antes de deixar o estádio, dizendo que todos tinham sua parcela de culpa. Durante a partida, os diálogos com o zagueiro Felipe – que desviou a bola de sua rota e “matou” Cássio no segundo gol do Atlético-MG – deixavam claro que o goleiro não estava nada satisfeito com a atuação trágica de sua defesa.
No intervalo da derrota para o Botafogo, no último sábado, ele já havia apontado a desorganização da equipe após sofrer um gol, dizendo que os zagueiros não deveriam atacar, mas sim permanecer em suas funções originais. Sem Gil, que voltou da seleção brasileira, mas deu a entender que não tinha condições para começar a partida, o Corinthians sofreu com uma defesa que “bateu cabeça” o jogo inteiro. A falha de posicionamento de Felipe no quarto gol é notável.
Faltando pouco para o fim de seu mandato, Gobbi descarta mudanças
no comando técnico do Timão (Foto: Rodrigo Faber)
Internamente, o clima era muito pouco propício ao diálogo após a eliminação. Um desequilíbrio psicológico por todos os lados. No fim do mês passado, após a derrota para o Atlético-PR, o lateral Fábio Santos, o volante Ralf e o meia Renato Augusto defenderam Mano Menezes, dizendo que todos eram culpados pela instabilidade da equipe, e que o treinador não deveria ser utilizado como bode expiatório. Mas alguns jogadores não entendem certas decisões do comandante. A principal é o fato de Jadson ter passado de titular a opção descartada no meio-campo – mesmo com Danilo vivendo fase limitada.A pouco mais de três meses para o fim do seu mandato, o presidente Mário Gobbi descarta a saída de Mano do cargo. Ciente de que o seu sucessor também terá um nome de preferência para assumir a vaga, o mandatário sabe que qualquer movimentação neste momento seria precipitada. Nos bastidores, membros da oposição já se preocupam com a questão. A eleição está marcada para o início de fevereiro, e o processo de contratação de um novo técnico teria de acontecer com o Campeonato Paulista, por exemplo, já se iniciando.
Apesar do nervosismo após a derrota, a diretoria faz questão de deixar claro aos jogadores que a vaga na Taça Libertadores da América continua como obrigação, agora por meio de uma vaga no G-4 do Brasileiro. “Catástrofe”, “desastre”, “frustração”... Os substantivos para definir o que representaria não jogar o principal torneio do continente pelo segundo ano consecutivo se acumulam nas declarações de jogadores e diretores. O agora único caminho por esse direito recomeça no domingo, às 16h (horário de Brasília), contra o Internacional, no Beira-Rio.
Eliminada, a delegação do Corinthians deixa o Mineirão (Foto: Rodrigo Faber)
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