Em busca de uma sociedade inclusiva

Por Assessoria 28/07/2014 08h08
Por Assessoria 28/07/2014 08h08
Em busca de uma sociedade inclusiva
Foto: Divulgação
No Brasil, a inclusão tem sido um assunto recorrente no meio acadêmico, na mídia e no ambiente das instituições públicas e privadas. O termo pode se referir a várias situações, da inclusão social e econômica até a tecnológica. Mas é no âmbito da saúde e do bem-estar humano que o tema abre caminhos mais desafiadores, na busca urgente de uma convivência equilibrada do indivíduo e o mundo a sua volta.

Nessa direção, o Simpósio Projeto Inclusão: Conquistas e Desafios lança suas bases. O evento, a ser realizado de 7 a 9 de agosto, no auditório do Senai, traz novas contribuições sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais, síndromes e transtornos. A programação visa estimular nos participantes um olhar multidisciplinar e interdisciplinar sobre esse tema desafiador, seja dentro ou fora da sala de aula.

A iniciativa partiu de Patrícia Stankowich e Angela Salomoni, duas mulheres unidas pela mesma causa. Angela, mãe de Eduarda Salomoni, uma adolescente com Síndrome de Down, vem lutando obstinadamente há seis anos para garantir a sua filha uma convivência social estável.

E foi durante as consultas da filha com a psicóloga Patrícia Stankowich que as duas alimentaram a vontade de organizar o simpósio, compartilhando suas preocupações com um público mais amplo.

Com o tema “A escuta do não dito: avaliação de crianças com dificuldades de desenvolvimento global”, Patrícia abrirá as discussões do simpósio no dia 7, às 18h. Para ela “é necessário orientar e preparar a sociedade para conviver com as diferenças. Há várias síndromes, transtornos e necessidades especiais que tocam uma grande fatia da população, e não podemos isolar essas pessoas do convívio social por conta da ignorância e do preconceito. É necessário incluí-las, assegurando sua cidadania”.

A programação continua nos dias 8 e 9 de agosto, com a presença de profissionais de Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe. No dia 8, às 9h, a especialista em Neuropsicopedagogia, Ediane Conceição, debaterá sobre a “Maturação Neurológica”. Em seguida, às 14h, o fonoaudiólogo, Silas Ferraz, abordará o tema “Processos Subjacentes ao Desenvolvimento da Linguagem” e, às 17h, o filósofo, Walter Matias, lançará questões sobre “Ética e Infância”.

No dia 9, às 9h, é a vez da educadora, Marilene Cardoso, tratar de aspectos da inclusão na sala de aula, com a palestra “Educação inclusiva ― desafios e possibilidades na prática educativa”. A partir das 14h, as graduandas em Educação Física, Tânia Stankowich e Taciana Ramos ministrarão a palestra “Inclusão na Educação Física”, seguida da oficina “O mundo encantado do circo: ferramenta lúdica no processo de inclusão”.

Os interessados em participar do Simpósio, podem se inscrever no site www.projetoinclusaomcz.com.br até o dia 5 de agosto. As palestras e oficinas do evento se destinam a professores, coordenadores pedagógicos, estudantes e profissionais das áreas de Psicologia, Psicanálise, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Educação Física e Artes. O evento contou com o apoio de empresas e instituições de ensino, como Braskem, Hotel Ponta Verde, Senai, Faculdade de Alagoas/Estácio, Sococo, Lux Outmídia, Viva Editora e Livraria, Caruaru Restaurante, Tech Eventos e Soluções, Sage, Ocore Soluções corporativas em TI, Escola São Raphael, Fixa Identidade corporativa, Colégio Santa Úrsula, Sound Track, Ovini Produções e Instituto Metasocial.

O contexto brasileiro da inclusão

Hoje 24% da população brasileira apresenta algum tipo de necessidade visual, auditiva, motora e intelectual, segundo dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além dessa estatística, existe um contingente não avaliado na pesquisa de pessoas com síndromes ou transtornos, que também exigem um tratamento especial por parte de estudiosos, familiares e profissionais. No total, mais de 40 milhões de pessoas convivem num meio social ainda refratário quanto ao respeito às diferenças.

O indivíduo com necessidade especial ou que apresente algum tipo de síndrome ou transtorno tem de enfrentar uma série de obstáculos para alcançar uma convivência social equilibrada. Mesmo com os avanços na educação inclusiva e nas políticas de emprego e trabalho, lidar com a questão exige muito esforço e perseverança. “Muitas vezes, a discriminação começa dentro de casa, é a própria família que afasta a criança dos outros por vergonha. Isso é inaceitável.

A mudança também precisa acontecer na escola, com a utilização de métodos mais flexíveis de ensino, capazes de dissolver as diferenças físicas e cognitivas de crianças e jovens e garantir um ambiente democrático para todos. A inclusão, para mim, é uma via de mão dupla”, afirma Angela Salomoni.

Dentre as centenas de síndromes descobertas, as mais conhecidas são a Síndrome de Down, o espectro Autismo e as síndromes de Estocolmo e de Turner. Elas costumam reunir um conjunto de sintomas recorrentes que podem ser administrados com tratamentos psicológicos e terapêuticos específicos. Já os transtornos, como o Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), são perturbações originadas de desordens neurológicas, que afetam o processo cognitivo das pessoas.

As síndromes e os transtornos, bem como as necessidades especiais, não são considerados doença pelos profissionais da área, o que torna um grande equívoco os rótulos, preconceitos e estigmas do senso comum.

SERVIÇO

Simpósio Projeto Inclusão: Conquistas e Desafios
Quando: 7 a 9 de agosto de 2014
Onde: Auditório do Senai - Rua Pedro Américo, n. 18, Poço
Inscrições: www.projetoinclusaomcz.com.br
Taxa de inscrição: R$350,00 e R$ 175,00 para estudantes e grupos acima de 5 pessoas. Com emissão de certificado de participação (20h)
Contato: 9337-0110 (Angela)