Rio terá o primeiro centro de atendimento a transexuais e travestis da América Latina
O primeiro Centro Integral de Saúde de Travestis e Mulheres e Homens Transexuais da América Latina começa a funcionar a partir de junho de 2014 na capital fluminense.
Ele vai ficar na Policlínica Piquet Carneiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na zona norte da cidade.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27), durante a cerimônia de posse do grupo de trabalho que vai elaborar o projeto para a criação do Centro Integral de Saúde.
Apenas quatro hospitais fazem a cirurgia de mudança de sexo atualmente no Brasil: no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Goiás.
O coordenador do programa estadual Rio sem Homofobia e superintendente da Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, informou que a meta é que o Centro Integral atenda todas as necessidades da comunidade homoafetiva.
“Iremos nos reunir nos próximos dois ou três meses para produzir um conjunto de diretrizes que vão orientar a produção do projeto de implantação do centro. Vamos trabalhar para ver as questões de estrutura física, aspectos de protocolo de atendimento, rotina de atendimentos, como integrar as diversas áreas da saúde e também incluir as perspectivas de cidadania porque é uma população totalmente discriminada”, disse.
Segundo Nascimento, o grupo de trabalho ainda vai buscar recursos para a adaptação da Policlínica Piquet Carneiro para atender às necessidades de transexuais e travestis.
“A gente está buscando parcerias. O governo do estado vai entrar com uma parte, vamos buscar no governo federal, vamos buscar em agências internacionais de cooperação”, ressaltou.
O reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, disse que o Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na zona norte, já faz cirurgia de mudança de sexo, porém não consegue dá conta de toda a demanda.
“É um processo longo. Tem uma avaliação clínica, uma avaliação psicológica. Não é uma cirurgia que deve ser feita sem cuidado. Mas já estamos com uma fila de pessoas autorizadas, que já passaram por isso, de 850 pessoas. Quer dizer, a demanda é gigantesca”, disse o reitor.
Ricardo Vieralves declarou ainda que, por causa do tratamento hormonal irregular, os transexuais e travestis desenvolvem várias doenças.
“Vários transexuais e travestis usam produtos inadequados. Isso significa, derivação de câncer, derivação de outros tipos de doença. Tem problema de ordem psicológica. Tem problema de reinserção no mercado de trabalho”, avaliou.
A ideia de criação do Centro Integral de Saúde de Travestis e Mulheres e Homens Transexuais surgiu durante uma audiência pública no dia 8 de agosto deste ano, quando foi discutida a dificuldade enfrentada pela comunidade homoafetiva para ter acesso aos serviços públicos de saúde.
O grupo foi criado por meio de uma publicação no Diário Oficial do Estado no dia 11 de novembro.
O primeiro homem transexual no Brasil, operado na época da ditadura militar, João W. Nery, de 63 anos, integrante do grupo de trabalho, explicou que teve de mudar totalmente a sua vida após a cirurgia para mudança de sexo.
“Passei 30 anos no armário porque eu era considerado criminoso. Porque depois da cirurgia eu não podia entrar na Justiça para trocar meu nome. Tirei uma nova identidade em um cartório, me registrei como um nome para poder trabalhar. Com isso me tornei um analfabeto, perdi meu diploma, minha carreira toda. Hoje eu não tenho aposentadoria”, relatou.
Ele vai ficar na Policlínica Piquet Carneiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na zona norte da cidade.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27), durante a cerimônia de posse do grupo de trabalho que vai elaborar o projeto para a criação do Centro Integral de Saúde.
Apenas quatro hospitais fazem a cirurgia de mudança de sexo atualmente no Brasil: no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Goiás.
O coordenador do programa estadual Rio sem Homofobia e superintendente da Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, informou que a meta é que o Centro Integral atenda todas as necessidades da comunidade homoafetiva.
“Iremos nos reunir nos próximos dois ou três meses para produzir um conjunto de diretrizes que vão orientar a produção do projeto de implantação do centro. Vamos trabalhar para ver as questões de estrutura física, aspectos de protocolo de atendimento, rotina de atendimentos, como integrar as diversas áreas da saúde e também incluir as perspectivas de cidadania porque é uma população totalmente discriminada”, disse.
Segundo Nascimento, o grupo de trabalho ainda vai buscar recursos para a adaptação da Policlínica Piquet Carneiro para atender às necessidades de transexuais e travestis.
“A gente está buscando parcerias. O governo do estado vai entrar com uma parte, vamos buscar no governo federal, vamos buscar em agências internacionais de cooperação”, ressaltou.
O reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, disse que o Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na zona norte, já faz cirurgia de mudança de sexo, porém não consegue dá conta de toda a demanda.
“É um processo longo. Tem uma avaliação clínica, uma avaliação psicológica. Não é uma cirurgia que deve ser feita sem cuidado. Mas já estamos com uma fila de pessoas autorizadas, que já passaram por isso, de 850 pessoas. Quer dizer, a demanda é gigantesca”, disse o reitor.
Ricardo Vieralves declarou ainda que, por causa do tratamento hormonal irregular, os transexuais e travestis desenvolvem várias doenças.
“Vários transexuais e travestis usam produtos inadequados. Isso significa, derivação de câncer, derivação de outros tipos de doença. Tem problema de ordem psicológica. Tem problema de reinserção no mercado de trabalho”, avaliou.
A ideia de criação do Centro Integral de Saúde de Travestis e Mulheres e Homens Transexuais surgiu durante uma audiência pública no dia 8 de agosto deste ano, quando foi discutida a dificuldade enfrentada pela comunidade homoafetiva para ter acesso aos serviços públicos de saúde.
O grupo foi criado por meio de uma publicação no Diário Oficial do Estado no dia 11 de novembro.
O primeiro homem transexual no Brasil, operado na época da ditadura militar, João W. Nery, de 63 anos, integrante do grupo de trabalho, explicou que teve de mudar totalmente a sua vida após a cirurgia para mudança de sexo.
“Passei 30 anos no armário porque eu era considerado criminoso. Porque depois da cirurgia eu não podia entrar na Justiça para trocar meu nome. Tirei uma nova identidade em um cartório, me registrei como um nome para poder trabalhar. Com isso me tornei um analfabeto, perdi meu diploma, minha carreira toda. Hoje eu não tenho aposentadoria”, relatou.
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