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Associação denuncia, no MPF, desvio ilegal do Rio Jacarecica e ameaça ambiental em Maceió

Por Política em Pauta 24/12/2025 12h12
Por Política em Pauta 24/12/2025 12h12
Associação denuncia, no MPF, desvio ilegal do Rio Jacarecica e ameaça ambiental em Maceió
Desvio ilegal no Rio Jacarecica - Foto: Associação de Moradores dos Conjuntos Residenciais Jacarecica I e II

A Associação de Moradores dos Conjuntos Residenciais Jacarecica I e II (AMORJAC) formalizou uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra intervenções consideradas irregulares na foz do Rio Jacarecica, em Maceió. Segundo a entidade, obras e aterros associados a um empreendimento teriam provocado o desvio artificial do curso do rio em aproximadamente 1.400 metros, causando graves impactos ambientais e colocando em risco um dos principais ecossistemas costeiros da capital alagoana.

De acordo com a AMORJAC, a mudança forçada no traçado natural do rio rompeu o equilíbrio da foz e desencadeou um processo acelerado de erosão, com desmoronamento de barrancos e avanço das águas sobre a restinga. A área afetada é protegida por lei e classificada como Área de Preservação Permanente (APP), essencial para a estabilidade da faixa litorânea.

A associação também denunciou o desmatamento irregular, com a supressão de vegetação nativa responsável pela contenção do solo e pela proteção natural contra o avanço do mar.

A denúncia apresentada ao MPF aponta ainda indícios de contaminação hídrica. Laudos técnicos mencionados no documento relatam manchas e alterações na coloração da água na foz do Rio Jacarecica, o que acende um alerta sobre a qualidade ambiental da região, os possíveis riscos à saúde da população e os impactos sobre a fauna local.

Outro ponto de forte preocupação envolve a biodiversidade. A Praia de Jacarecica é reconhecida como área de desova monitorada pelo Instituto Biota e funciona como berçário natural da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), espécie criticamente ameaçada de extinção. Segundo a AMORJAC, o desvio do rio, aliado à degradação da restinga e à poluição da água, compromete diretamente as condições necessárias para a nidificação e sobrevivência da espécie.

Além dos danos ambientais, a associação destaca riscos sociais e climáticos. A restinga exerce papel fundamental como barreira natural contra o avanço do mar e eventos extremos, e sua destruição, somada à alteração do curso do rio, aumenta a vulnerabilidade da região a alagamentos, inundações e instabilidade geomorfológica. Estudos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) já apontavam pressões crescentes da urbanização na bacia do Jacarecica, cenário que, segundo a entidade, foi agravado pelas intervenções recentes na foz.

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