Apelidado nos bastidores de “nepo baby da política alagoana”, Alvinho, hoje já percorre municípios do Agreste, Sertão e Litoral sob a forte tutela do pai, buscando apoio político e consolidando alianças locais. A movimentação ocorre em sintonia com o projeto maior da família: Arthur Lira já se apresenta como pré-candidato ao Senado Federal em 2026, enquanto o filho é tratado como seu sucessor natural na Câmara Federal.

A mudança legal, relatada pelo deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), aliado histórico de Arthur Lira, que garante a idade legal de Alvinho para ser candidato nas eleições de 2026, formalizou um entendimento já adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas que antes gerava dúvidas e disputas jurídicas. Agora, Alvinho tem viabilizada sua candidatura, sem obstáculos legais. Nos bastidores, a leitura é clara: a segurança jurídica veio acompanhada de conveniência política.

Enquanto o sobrenome abre portas, a presença de Alvinho na política não é exatamente uma novidade. Durante a campanha municipal, ele foi figura constante ao lado do avô, o ex-senador e ex-prefeito Benedito de Lira, falecido em janeiro de 2025. Pouco depois, o jovem foi nomeado gestor administrativo da Prefeitura da Barra de São Miguel, com salário de R$ 8 mil, o segundo maior do município.

A agenda pelo interior também tem sido impulsionada por obras e investimentos viabilizados por Arthur Lira, que leva o filho "a tira-colo" para cumprir agenda nos municípios e garantir o apoio à dobradinha: Lira no Senado, Alvinho na Câmara Federal, com o discurso de “defender Alagoas em Brasília”.

Alvinho, em falas ensaiadas, repete o discurso municipalista, prometendo dar voz aos municípios alagoanos, da Zona da Mata, ao Agreste e Sertão na Câmara dos Deputados.

O avanço do “herdeiro” também redesenhou alianças e atropelou antigos acordos. A ascensão de Alvinho esvaziou espaços antes ocupados por aliados tradicionais, como a ex-deputada Jó Pereira, que viu ruir a expectativa de disputar a Câmara Federal com o apoio de Arthur Lira. Nos bastidores, o movimento é interpretado como a consolidação definitiva do projeto familiar, com o clã Lira fechando fileiras em torno do sobrenome.

Assim, entre mudanças na lei, obras estratégicas, discursos afinados e viagens pelo interior, Alvinho Lira vai pavimentando seu caminho político à sombra do pai. Resta saber se, em 2026, o peso do sobrenome e a estrutura herdada serão suficientes para transformar o rótulo de “nepo baby” em votos nas urnas.