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Ministério Público ajuíza ação para proteger direitos da população idosa no transporte urbano de Pilar

Por Ascom MPE/AL 16/12/2025 11h11
Por Ascom MPE/AL 16/12/2025 11h11
Ministério Público ajuíza ação para proteger direitos da população idosa no transporte urbano de Pilar
Ministério Público ajuíza ação para proteger direitos da população idosa no transporte urbano de Pilar - Foto: Assessoria

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) ajuizou uma ação civil pública, com pedido de tutela de urgência, para assegurar o direito à gratuidade no transporte coletivo urbano às pessoas idosas no município de Pilar. A ação foi proposta pelo promotor de Justiça Ramon Carvalho, no último dia 12, após a constatação de cobranças indevidas a usuários com mais de 65 anos, em afronta direta ao Estatuto do Idoso.

A medida judicial foi direcionada contra a empresa T&E Transportes Ltda., concessionária responsável pelo transporte coletivo urbano no município, e também contra o Município de Pilar, apontado por omissão no dever de fiscalizar a adequada prestação do serviço público. Segundo o MPAL, a prática adotada pela empresa viola direitos fundamentais da população idosa e compromete a regularidade e a legalidade do serviço concedido.

Denúncia formalizada por um idoso

A atuação do Ministério Público teve início a partir de denúncia feita por um idoso de 73 anos, em 26 de novembro passado, usuário frequente do transporte coletivo, que relatou ter sido impedido de embarcar gratuitamente e submetido à cobrança de tarifa, apesar de apresentar idade superior ao limite legal para a gratuidade. Durante a apuração, a própria empresa confirmou que vinha exigindo pagamento de idosos, sob a justificativa de ausência de compensação financeira por parte do Poder Público municipal.

Para o MPAL, o argumento apresentado pela concessionária não tem respaldo jurídico. “O Estatuto do Idoso assegura, de forma clara e imediata, a gratuidade no transporte coletivo urbano para pessoas com 65 anos ou mais, independentemente de acordos administrativos ou repasses financeiros. Eventuais discussões sobre custeio do benefício devem ocorrer exclusivamente entre a empresa e o ente público concedente, sem prejuízo aos usuários”, explicou o promotor Ramon Carvalho.

Os pedidos requeridos pelo MPAL

Na ação, o Ministério Público requereu, em caráter liminar, que a empresa cesse imediatamente qualquer cobrança de tarifa a idosos, sob pena de multa diária, além da afixação de cartazes informativos nos veículos e da capacitação de motoristas e cobradores. Também foi solicitado que o Município de Pilar intensifique a fiscalização do serviço e adote as medidas administrativas cabíveis em caso de descumprimento.

Além das obrigações de fazer, a Promotoria de Justiça do Pilar pediu a condenação da empresa e do Município ao pagamento de indenização por danos morais coletivos, em razão da violação sistemática aos direitos da população idosa, bem como o reconhecimento do direito dos idosos afetados de buscar reparação individual pelos prejuízos sofridos. Em razão da gravidade e da reiteração da conduta, a ação também requer a possibilidade de cassação da concessão do serviço, caso fique comprovado o descumprimento deliberado da legislação.

O promotor de Justiça Ramon Carvalho destacou que a atuação do Ministério Público busca não apenas corrigir uma irregularidade pontual, mas interromper uma prática que atinge diretamente a dignidade e a cidadania da população idosa. “O transporte público é um serviço essencial e o direito à gratuidade dos idosos está assegurado por lei federal, não podendo ser relativizado por dificuldades administrativas ou financeiras. Nenhuma empresa pode escolher quais leis cumprir”, ressaltou ele.

Segundo o promotor, a ação tem caráter preventivo e pedagógico, com o objetivo de garantir que situações semelhantes não voltem a ocorrer no município. “Quando o idoso é constrangido a pagar pelo que a lei garante como gratuito, não estamos diante de um simples descumprimento contratual, mas de uma violação a direitos fundamentais. Portanto, o Ministério Público não vai se omitir diante de práticas reiteradas que fragilizam grupos vulneráveis e comprometem a confiança da população nos serviços públicos”, destacou Ramon Carvalho.

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