Quase uma década após o assassinato do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, o ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa, enfrenta, hoje, quarta-feira, 26, o julgamento pelo crime, classificado como homicídio duplamente qualificado. A sessão do Tribunal do Júri está marcada para ocorrer no Fórum de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió.

Segundo as investigações, Leopoldo Pedrosa teria mandado matar o corretor após um desentendimento envolvendo a venda de um imóvel avaliado em R$ 800 mil. Gerson intermediou a negociação e cobrou uma comissão de R$ 40 mil, mas, sem receber o pagamento, passou a insistir na cobrança. De acordo com o inquérito, as reiteradas cobranças motivaram o ex-prefeito a encomendar o assassinato.

Dias após o desaparecimento do corretor, o corpo da vítima foi encontrado em um canavial, em avançado estado de decomposição, o que aumentou ainda mais a repercussão do caso na época. Desde 2015, o julgamento enfrentou sucessivos adiamentos, mas agora terá uma definição.

Além da acusação pelo homicídio, Leopoldo Pedrosa acumula uma série de processos e episódios criminais ao longo dos últimos anos. Ele já foi preso por porte ilegal de arma, responde por violência doméstica — após agressões contra a ex-esposa e a ex-sogra em 2017, enquadradas pela Lei Maria da Penha — e foi flagrado dirigindo embriagado e portando documentos falsos. Em 2019, durante o cumprimento de um mandado de prisão relacionado ao assassinato de Gerson, a polícia encontrou quase 1 kg de cocaína em sua propriedade, resultando em acusação por tráfico de drogas.

Em fevereiro de 2024, o ex-prefeito voltou a ter a prisão decretada após descumprir regras do regime semiaberto durante o Carnaval em Maribondo.