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MPF dá 10 dias para órgãos públicos regularem "Banho de Lua" nas piscinas naturais em Maceió

Por Política em Pauta com Ascom MPF/AL 19/11/2025 09h09
Por Política em Pauta com Ascom MPF/AL 19/11/2025 09h09
MPF dá 10 dias para órgãos públicos regularem 'Banho de Lua' nas piscinas naturais em Maceió
MPF dá 10 dias para órgãos públicos regularem "Banho de Lua" nas piscinas naturais em Maceió - Foto: Assessoria MPF/AL

O Ministério Público Federal (MPF) concedeu prazo de 10 dias para que órgãos públicos, entidades ambientais e associações de jangadeiros enviem contribuições finais à minuta do decreto que vai regularizar os passeios noturnos conhecidos como “Banho de Lua” nas piscinas naturais da Pajuçara e da Ponta Verde, em Maceió.

A medida ocorre após sucessivos relatos de riscos ambientais, insegurança na navegação e expansão desordenada da atividade desde o fim de 2024.

A cobrança foi reforçada durante reunião realizada na última segunda-feira, 17, conduzida pelo procurador da República Érico Gomes. Ele alertou para a proximidade da alta temporada e ressaltou a “necessidade de medidas imediatas” diante do avanço do turismo noturno sem regras claras. Estiveram presentes representantes do Município de Maceió, Capitania dos Portos, IMA, Ibama, UFAL e associações de jangadeiros.

A minuta do decreto, elaborada pelo Município, prevê a proibição de palcos, estruturas flutuantes, festas improvisadas e preparo de alimentos nas embarcações. O texto também inclui capacitação obrigatória para os condutores, com disciplinas sobre legislação ambiental, biologia marinha e atendimento ao turista. Controle da frota, identificação padronizada das embarcações e horários específicos de operação também estão no documento.

A proposta surge após fiscalização identificar o aumento de embarcações irregulares atuando à noite, algumas com música amplificada e iluminação intensa sobre recifes e bancos de corais. Pesquisadores e órgãos ambientais alertam que a prática aumenta o estresse da fauna marinha, já afetada pelo branqueamento massivo na região.

Durante a reunião, o Ibama reforçou que o ordenamento deve evitar o turismo de massa e adotar modelos sustentáveis que garantam a proteção do ecossistema recifal, sem comprometer a renda dos jangadeiros. A orientação tem como base estudos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que apontam a forte sensibilidade ambiental das piscinas naturais e a necessidade de limitar impactos sonoros e luminosos.

O MPF informou que todas as contribuições recebidas serão encaminhadas ao Município de Maceió e ao Conselho Gestor dos Passeios Turísticos, responsáveis pela edição do decreto municipal que regulamentará a Lei nº 6.345/2014. A expectativa é que o novo marco regulatório esteja pronto antes do início da alta temporada. Segundo Érico Gomes, há relatos recorrentes de embarcações não cadastradas promovendo festas nas piscinas naturais, aumentando a degradação ambiental e colocando em risco a atratividade turística da capital.

O procurador também destacou que ajustes futuros poderão ser feitos conforme a necessidade, mas enfatizou a urgência de uma regulamentação que entre em vigor já no próximo verão. “O fundamental é garantir equilíbrio entre o respeito ao meio ambiente e as atividades econômicas”, afirmo.

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