Mais um dia de protestos dos trabalhadores do Hospital Veredas voltou a interromper o trânsito na Avenida Fernandes Lima, no sentido Tabuleiro, na manhã desta segunda-feira, 17. Para muito além dos transtornos de trânsito da região, o bloqueio expõe uma ferida aberta há anos, que á e má gestão do Hospital Veredas que respinga diretamente no salário dos trabalhadores da saúde que atuam na unidade hospitalar, seja com o atraso salarial ou com a falta de complemento no piso nacional da enfermagem.

A categoria afirma que a situação se arrasta por meses e afeta diretamente o atendimento à população. O presidente do Sateal, Mário Jorge, reforçou que a paralisação é consequência do “descaso acumulado” e de um cenário que se agravou após anos de desorganização financeira.

O hospital enfrenta um passivo que inclui salários atrasados de abril, maio, agosto, setembro e outubro de 2024, além do complemento do piso da enfermagem de julho a novembro do mesmo ano e parte do 13º salário. Fontes internas apontam que a origem da dívida estaria na má administração da antiga gestão da família Pereira, que teria deixado um rombo significativo e dificultado o processo de reequilíbrio financeiro pela atual direção.

Diante da repercussão, a Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) esclareceu que os repasses por parte do Estado vêm sendo feitos regularmente e que a responsabilidade pela quitação dos débitos é da administração hospitalar. A pasta afirmou que segue acompanhando a situação e que cobra a execução do Termo de Ajustamento de Conduta firmado no início do ano, documento que, segundo os sindicatos, não vem sendo cumprido integralmente pela gestão do Veredas.

A SESAU também reiterou que os recursos destinados à unidade estão sendo aplicados conforme a legislação, e que o Governo do Estado não compactua com práticas que possam comprometer a assistência à população. O órgão destacou ainda que permanece aberto ao diálogo para garantir que os trabalhadores recebam seus pagamentos e que os serviços retornem à normalidade.