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Escola indígena é alvo de tiros em Palmeira dos Índios em meio a tensão sobre demarcação das terras Xukuru-Kariri

Por Política em Pauta 10/11/2025 13h01
Por Política em Pauta 10/11/2025 13h01
Escola indígena é alvo de tiros em Palmeira dos Índios em meio a tensão sobre demarcação das terras Xukuru-Kariri
Escola é alvo de tiros em Palmeira dos Índios - Foto: Divulgação

Uma Escola Indígena da Aldeia Fazenda Canto, localizada em Palmeira dos Índios, no agreste de Alagoas, amanheceu com marcas de disparos de arma de fogo, nesta segunda-feira, 10. Moradores encontraram o prédio com tiros nos portões e nas paredes. Apesar do susto, não houve feridos.

A informação foi divulgada pelo ex-secretário de Cultura do município, Cássio Junior, durante o programa “A Notícia”. Até o momento, não há detalhes sobre os autores, a motivação ou o horário exato dos disparos. A escola atende crianças e jovens da etnia Xucuru-Kariri, e lideranças indígenas da região acreditam que o ataque pode ter sido uma tentativa de intimidação contra a comunidade, que vive um momento de tensão devido à demarcação de terras indígenas.

Após mais de 150 anos de reivindicação, o processo de demarcação das terras do povo Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, deve avançar em dezembro. De acordo com o líder indígena Tanawy Xukuru-Kariri, 35 dos 463 proprietários com áreas incidentes sobre o território indígena serão indenizados até o dia 14 de dezembro, prazo prorrogado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para a conclusão da avaliação indenizatória.

A expectativa é que essa etapa represente um passo decisivo para a regularização fundiária da área, que há décadas é alvo de disputas e divergências entre indígenas e produtores rurais da região.

Entretanto, o tema continua gerando forte repercussão política. Na semana passada, o ex-prefeito James Ribeiro se posicionou contra a demarcação, utilizando as redes sociais para criticar o processo conduzido pela Funai. Segundo ele, a medida representa uma “grande injustiça” e poderá causar prejuízos econômicos e sociais para a população local.

James Ribeiro afirmou que há irregularidades no procedimento e que “apenas um lado foi ouvido”, ignorando registros históricos e laudos que comprovariam a posse de famílias que vivem há gerações na região. “Famílias que vivem há gerações na terra estão sendo tratadas como invasoras”, declarou em vídeo publicado no Instagram.

O ex-prefeito também argumentou que o processo fere o direito de propriedade, um dos princípios da Constituição. “Aqui não há conflito, não há índios desaldeados nem disputas por terra. O que existe são pequenos produtores e famílias trabalhadoras que tiram da terra o sustento de suas vidas”, afirmou.

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