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Prefeita de Canapi, Josélia de Zé Hermes, tem mandato cassado por abuso de poder e fake news nas eleições de 2024

A prefeita de Canapi, Josélia Melo de Lima, conhecida como Josélia de Zé Hermes (PP), teve seu diploma cassado e foi declarada inelegível por oito anos. A decisão, assinada pelo juiz Flávio Vinícius Alves Cordeiro, 27ª Zona Eleitoral, com sede em Mata Grande, no Sertão de Alagoas, reconheceu a prática de abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições municipais de 2024.
A sentença também anulou a chapa eleita, formada por Josélia e o vice Hermeson Melo de Lima. A decisão será encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas e ao Ministério Público Eleitoral, e pode levar a novas eleições no município, caso a decisão seja confirmada em instâncias superiores.
A cassação de Josélia de Zé Hermes foi resultado de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida por Lara de Tenorinho (PT), candidata derrotada no pleito. A ação apontou a veiculação de vídeos com acusações falsas contra Lara e seu esposo, o prefeito reeleito de Inhapi, Luiz Celso Malta Brandão, o Tenorinho.
Segundo o processo, os vídeos divulgados por Josélia, seu irmão e ex-prefeito José Hermes, e seu sobrinho Vinícius José Mariano de Lima, então prefeito de Canapi, utilizaram documentos manipulados para simular denúncias ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, configurando uso de fake news com potencial de interferência eleitoral.
A Justiça confirmou que os conteúdos veiculados ultrapassaram os limites da crítica política legítima e foram produzidos com a intenção deliberada de desinformar o eleitorado. Em setembro de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) já havia condenado Josélia por ofensas à honra de Lara, obrigando-a a excluir o material e se retratar publicamente nas redes sociais. Na mesma época, um apoiador da prefeita também foi multado por disseminar conteúdos caluniosos contra a petista em grupos de WhatsApp.
O julgamento da AIJE concluiu que os documentos utilizados nas acusações eram falsos e haviam sido manipulados com intenção eleitoral. A Polícia Federal identificou José Hermes como o responsável pela falsificação e pela orquestração da divulgação do material. Josélia, ao compartilhar os vídeos em seu perfil no Instagram durante a campanha, foi considerada corresponsável pelo esquema de desinformação. Já Vinícius Mariano, então prefeito de Canapi e filho de José Hermes, teria utilizado sua posição institucional para dar legitimidade ao conteúdo e ampliar seu alcance, configurando também abuso de poder político.
Apesar da gravidade dos fatos, o vice-prefeito Hermeson Melo de Lima foi absolvido, por falta de provas de participação ou anuência nas práticas ilegais. No entanto, além da cassação de Josélia, a sentença tornou inelegíveis por oito anos a própria prefeita, José Hermes e Vinícius Mariano, com base no artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90.

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