A chapa “Coração Petista”, liderada por Dafne Orion, anunciou que vai recorrer oficialmente do resultado da eleição para o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas, realizada no último domingo, 6 de julho. O pleito elegeu Ronaldo Medeiros como novo presidente do partido no estado, mas, segundo o grupo opositor, o processo foi marcado por irregularidades graves.

O recurso, que será protocolado até o dia 10, será encaminhado tanto à Direção Executiva Estadual quanto à Direção Nacional do PT. Os militantes solicitam a instauração de um processo disciplinar com base no artigo 15 do Regulamento do Processo de Eleições Diretas (PED) do partido. O documento cita práticas que, de acordo com a chapa, violam diretamente o Estatuto do PT e comprometem a legitimidade do processo eleitoral interno.

Entre as denúncias listadas estão compra de votos por meio da distribuição de cestas básicas, transporte irregular de eleitores e abuso de poder econômico, especialmente no colégio Moreira e Silva, em Maceió, local de votação. De acordo com o texto do recurso, publicado nas redes sociais da chapa “Coração Petista”, tais práticas configuram “de maneira inequívoca, abuso de poder econômico e uso indevido de recursos”.

"Durante o processo eleitoral deste domingo, recebemos diversos relatos estarrecedores: pessoas recém-filiadas, sem qualquer orientação política ou formação partidária, sequer sabiam o que era o PED — muitas não conseguiam nem dizer o nome de quem votaram. Isso é gravíssimo. Um verdadeiro desrespeito à história do PT e à luta de milhares de militantes que construíram este partido com suor, consciência e participação popular. Essa prática, orquestrada por setores da chapa Renova PT, liderada por Ronaldo Medeiros e Alê Costa, representa uma tentativa de sequestro do partido por meios escusos, clientelistas e autoritários", diz a denúncia da chapa.

Além de contestar o resultado da eleição, o grupo liderado por Dafne Orion critica duramente a atual condução do partido em Alagoas. Em tom incisivo, os militantes acusam o setor vitorioso de “instrumentalização de recursos para as mídias de direita” e afirmam que há um desgaste crescente da imagem do PT no estado. A chapa cobra posicionamento firme e rigoroso por parte das comissões de ética estadual e nacional da legenda.