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Abin Paralela: Lira e Renan estavam entre autoridades espionadas, revela inquérito enviado ao STF

Por Política em Pauta 17/06/2025 12h12
Por Política em Pauta 17/06/2025 12h12
Abin Paralela: Lira e Renan estavam entre autoridades espionadas, revela inquérito enviado ao STF
Lira e Renan Calheiros - Foto: Divulgação

Os alagoanos Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o senador Renan Calheiros estão entre as autoridades que tiveram suas vidas monitoradas ilegalmente pela chamada “Abin Paralela”, estrutura clandestina de espionagem montada durante o governo de Jair Bolsonaro. Conforme relatório final da Polícia Federal, enviado nesta terça-feira, 17, ao Supremo Tribunal Federal, a “Abin Paralela” utilizou sistemas da Agência Brasileira de Inteligência para perseguir políticos, servidores públicos e jornalistas.

As investigações – parte da Operação “Última Milha” – apontam o uso do software de espionagem FirstMile, licitado por R$ 5,7 milhões no fim de 2018 e mantido em operação até 2021. O esquema teria sido liderado pelo então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal (PL‑RJ), com apoio do “gabinete do ódio”, ligado ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro.

Entre os alvos, destacam-se o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, além de parlamentares como Omar Aziz, Alessandro Vieira, Rodrigo Maia, Kim Kataguiri e Joice Hasselmann. Os alvos incluíam também os senadores Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, e o ex-governador João Doria.

A investigação detalha que o grupo criou perfis falsos para gerar e disseminar desinformação contra adversários, produzir dossiês e atacar a credibilidade de instituições e opositores. A PF descreve o crime como organização criminosa, interceptação clandestina de comunicações, invasão de dispositivos e tentativa de dissolução do Estado Democrático de Direito, além de obstrução de Justiça pela própria diretoria da Abin sob o atual governo.

No total, 35 pessoas foram indiciadas, entre elas Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem e integrantes da atual cúpula da Abin, como Luiz Fernando Corrêa e Alessandro Moretti. O relatório concluiu que Bolsonaro tinha conhecimento e se beneficiava das informações coletadas pela rede clandestina.