O cenário político para as eleições de 2026 começou a se mover com articulações entre partidos de centro-esquerda em busca de uma federação partidária que garanta sua sobrevivência no Congresso Nacional. Na última quarta-feira, 14, a ex-senadora por Alagoas Heloísa Helena e o ex-deputado federal Regis Cavalcante se reuniram em Brasília durante o lançamento do livro de Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro).

O encontro, registrado nas redes sociais dos dois políticos, sinaliza o avanço das conversas entre as siglas Rede Sustentabilidade e Cidadania, além de incluir o PV e o PDT, legendas com afinidade ideológica. Heloísa Helena esteve acompanhada por dirigentes da Rede, enquanto Regis, atual secretário nacional do Cidadania, participou de reuniões com lideranças do PSB.

Segundo Regis Cavalcante, mais de 14 diretórios estaduais do Cidadania apoiam a federação com o PSB, e a expectativa é que um desfecho aconteça até a primeira quinzena de junho. “Ou fazemos a federação partidária ou os pequenos partidos vão para a 'clandestinidade', porque ficaremos sem voz por causa da cláusula de barreira”, alertou.

A cláusula de barreira determina que um partido precisa obter pelo menos 2,5% dos votos válidos em, no mínimo, nove estados para manter acesso ao fundo partidário, tempo de TV e outras garantias institucionais. Para evitar a extinção de bancadas menores, os dirigentes apostam em alianças duradouras por meio da federação.

Além da federação entre PSB e Cidadania, que já está “bem avançada”, de acordo com Regis, os diálogos com PV, PDT e Rede Sustentabilidade devem se intensificar nos próximos meses. A ideia é construir uma frente progressista que tenha viabilidade eleitoral e consiga representar uma alternativa de centro-esquerda consistente nas eleições de 2026.