Em meio à crise política em Rio Largo, que atinge tanto o Poder Executivo quando o Legislativo municipal, o presidente da Câmara de Vereadores, Rogério Silva (PP), protagonizou uma cena controversa na quinta-feira, 10 ao encerrar a sessão deliberativa por falta de quórum e ironizar a ausência dos parlamentares. “Infelizmente, a democracia prevalece”, disse, visivelmente incomodado, diante de um plenário esvaziado.

Apenas 03 dos 13 vereadores compareceram à sessão: o próprio Rogério Silva, Bala Soares (PP) e Rafael Feitosa (PP), vice-presidente da Casa. Sem o número mínimo exigido para dar início aos trabalhos, Rogério se viu obrigado a encerrar a sessão antes mesmo de começar, mas não poupou críticas e ironias aos colegas ausentes.

A fala ácida do presidente ocorre menos de duas semanas após ele ter liderado uma sessão extraordinária, no dia 31 de março, em que leu supostas cartas de renúncia do prefeito Carlos Gonçalves (PP) e do vice Peterson Henrique. Na ocasião, Rogério chegou a se declarar prefeito interino, mas a Justiça anulou o ato e reconduziu os titulares aos cargos. Vale lembrar que para evitar que Rogério Silva tomasse o lugar do prefeito, Carlos Gonçalves precisou pernoitar dentro do gabinete da Prefeitura.

A autenticidade das cartas está sendo investigada pela Polícia Civil de Alagoas, que apura a possível falsificação de assinaturas. O episódio, considerado por muitos como uma tentativa de golpe, minou o apoio político de Rogério dentro da Câmara.

Após o esvaziamento da Sessão, na quinta-feira, o presidente da Casa afirmou que foi alvo de um boicote, que pode ter sido articulado pelos colegas. “Na próxima sessão irei faltar para ver se meus pares conseguem vir”, disparou, em tom de desafio.