O deputado federal alagoano Arthur Lira (PP) está no centro das articulações políticas em Brasília. Lideranças do governo Lula trabalham nos bastidores para convencer o ex-presidente da Câmara a assumir o comando do Ministério da Agricultura, em uma movimentação que visa reforçar a base governista e ampliar o diálogo com o poderoso setor do agronegócio.

A possível nomeação é tratada com cautela tanto pelo Palácio do Planalto quanto por Lira, que ainda não deu uma resposta definitiva. Interlocutores próximos ao deputado afirmam que ele está “observando o cenário” antes de tomar qualquer decisão. A proposta vem sendo amadurecida com apoio de lideranças do PT, que já discutiram diretamente com o presidente Lula a importância de trazer Lira para dentro da Esplanada dos Ministérios.

A trajetória de Arthur Lira como homem do campo fortalece a tese de que ele seria um nome técnico e político para a pasta. “Sou do agronegócio há 30 anos”, afirmou o parlamentar em recentes declarações públicas, reforçando sua ligação com o setor.

Apesar do entusiasmo de parte da base governista, a troca no Ministério da Agricultura enfrenta resistências. O atual ministro, Carlos Fávaro (PSD), é bem avaliado por Lula e mantém bom trânsito entre produtores e entidades representativas do setor. Além disso, o PSD, partido de Fávaro, já sinalizou que não pretende abrir mão do cargo.

Nos bastidores, há quem veja a movimentação como uma resposta indireta ao enfraquecimento do grupo político liderado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que recentemente fez críticas ao presidente Lula em um evento com empresários na Faria Lima. Embora esse episódio tenha acendido alertas no Planalto, o foco principal agora é atrair Lira como forma de neutralizar resistências e garantir maior estabilidade política nos últimos anos do mandato de Lula.

Porém, como foi dito anteriormente, Arthur Lira tem evitado comentar publicamente a possibilidade de assumir um ministério. Nos corredores de Brasília, circula a informação de que ele também cogita um período de afastamento da linha de frente política após deixar a presidência da Câmara, ocorrida em fevereiro de 2025.

Se aceitar o convite, Lira não apenas ocuparia um dos ministérios mais estratégicos do governo, como também se reposicionaria nacionalmente com força para futuras disputas eleitorais.