A decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) gerou forte repercussão entre os deputados estaduais de Alagoas. O tema foi abordado pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT) durante a sessão ordinária e gerou divergências entre os parlamentares.

Ronaldo Medeiros destacou a gravidade das acusações contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, que incluem crimes como liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O petista criticou o fato de o planejamento de tais atos estar registrado em documentos e dispositivos eletrônicos. “Planos ousados! E ainda deixaram registrados em agendas, em celulares. Parece que eles queriam deixar para a posteridade esses documentos. Generais, coronéis do Exército, policiais federais envolvidos no planejamento de um golpe de Estado e assassinatos”, afirmou Medeiros.

O deputado também reforçou a importância de uma investigação rápida e rigorosa pelo STF. “Os crimes praticados e as tentativas, provadas com vários documentos e testemunhas, devem ser apurados, e os infratores têm de ser punidos exemplarmente”, enfatizou, acrescentando que a democracia é o pilar fundamental da sociedade.

No entanto, a fala de Ronaldo Medeiros foi contestada pelo deputado Cabo Bebeto (PL), que defendeu Bolsonaro e negou que houvesse um plano para um golpe de Estado. O parlamentar destacou obras realizadas pelo ex-presidente, incluindo projetos habitacionais e investimentos em infraestrutura em Alagoas. “Ele (Bolsonaro) entregou o complexo habitacional do Benedito Bentes, eu estive lá prestigiando; na orla lagunar; no município de Teotônio Vilela, do qual também participei”, pontuou.

Cabo Bebeto também questionou a acusação de tentativa de golpe, lembrando que Bolsonaro nomeou ministros indicados pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as Forças Armadas em dezembro de seu mandato. “Quem deu a posse foi Bolsonaro. Ele iria dar um golpe e botar os três chefes das Forças Armadas indicados pela pessoa que ele quer derrubar?”, argumentou.