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Com três candidatos, polêmica marca disputa pela presidência do PT Alagoas

Por Política em Pauta 18/02/2025 11h11
Por Política em Pauta 18/02/2025 11h11
Com três candidatos, polêmica marca disputa pela presidência do PT Alagoas
Dafne Orion, professor Luizinho e Ronaldo Medeiros - Foto: Redes Sociais

A corrida pela presidência do Partido dos Trabalhadores em Alagoas (PT-AL) tem sido marcada por uma disputa acirrada entre os grupos internos e um histórico de polêmicas recentes que colocam o partido em evidência. Com o Processo de Eleição Direta (PED) agendado para 6 de julho, a legenda se divide entre os três candidatos: o deputado estadual Ronaldo Medeiros, a presidente do Sindicato dos Urbanitários, Dafne Orion, e o professor Luizinho, da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).

A disputa tem como protagonista a CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente hegemônica que apoia Dafne Orion, que tem o deputado federal Paulão como seu principal apoiador, e a Resistência Socialista, liderada por Ronaldo Medeiros, que é candidato. O professor Luizinho, representando a tendência "O Trabalho", uma terceira via que busca romper com o embate polarizado e resgatar o protagonismo da militância no PT Alagoas.

O clima eleitoral se acirrou ainda mais diante das críticas diretas de Ronaldo Medeiros à CNB e ao deputado federal Paulão, líder do grupo. Medeiros denuncia uma suposta centralização de poder que teria isolado a militância e enfraquecido o partido no estado. Segundo ele, a falta de estratégia e articulação tem sido um dos fatores para derrotas importantes em Maceió e outras regiões do Estado.

Por outro lado, Dafne Orion tenta se distanciar das críticas e se apresenta como uma candidatura de unidade, apesar de representar a tendência que comanda o PT-AL há décadas. Ela enfatiza que sua gestão será aberta ao diálogo com todas as tendências.

O professor Luizinho, por sua vez, argumenta que a disputa está restrita a dois grupos que se revezam no controle do partido e que é necessário resgatar o PT para os movimentos sociais. Ele critica tanto Medeiros quanto Paulão, afirmando que ambos transformaram o partido em um espaço de disputa por cargos e emendas.

Crise interna e escândalos financeiros

O momento eleitoral também é marcado por uma crise interna envolvendo o atual presidente estadual do PT-AL, Ricardo Barbosa, que enfrenta denúncias de irregularidades no uso de recursos partidários. As acusações apontam que seu filho, Guilherme Barbosa, teria recebido cerca de R$ 399 mil em honorários advocatícios pagos pelo partido, o que levou setores internos a pedirem seu afastamento.

A Resistência Socialista formalizou um pedido de licenciamento de Ricardo Barbosa até que as investigações sejam concluídas. O caso também chegou ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral de Alagoas (MCCE), que protocolou uma denúncia junto ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Paralelamente, a vereadora Teca Nelma defendeu uma investigação rigorosa das acusações, o que aumentou ainda mais a pressão sobre a direção do partido. Em resposta, Ricardo Barbosa anunciou ações judiciais por calúnia e difamação contra o advogado Welton Roberto e o jornalista Berg Morais, que trouxeram as denúncias a público.

O resultado do Processo de Eleição Direta PT  Alagoas será decisivo para os rumos do partido, especialmente diante do desgaste causado pelos escândalos e das eleições municipais que se aproximam. Resta saber se o partido conseguirá superar suas crises internas e consolidar uma liderança capaz de unir as diferentes tendências e fortalecer a legenda no estado.