Arthur Lira (PP) encerrou seu mandato à frente da Câmara Federal no último dia 01 de fevereiro, destacando as reformas estruturantes aprovadas sob sua liderança. Em seu último discurso como presidente, Lira afirmou que sua gestão garantiu avanços significativos para a modernização do Brasil e defendeu a importância do Legislativo na construção de um país mais eficiente e competitivo.

No entanto, a atenção política agora se volta para os próximos passos do deputado alagoano. Nos bastidores, cresce a especulação sobre sua possível entrada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma reforma ministerial está prevista para ocorrer até março, e o nome de Lira aparece como um forte candidato a ocupar uma das pastas estratégicas.

Embora Lira negue publicamente qualquer negociação com o Planalto, seus aliados estão divididos sobre a possibilidade de ele se tornar ministro. Parte de seu entorno considera que integrar a gestão petista poderia fortalecer sua articulação política e consolidar sua influência em Brasília. Por outro lado, outro grupo acredita que essa decisão poderia prejudicar sua carreira no longo prazo, especialmente diante de suas pretensões para as eleições de 2026.

A principal preocupação de Lira é sua candidatura ao Senado. Em Alagoas, seu desafeto Renan Calheiros (MDB) também deve disputar uma das duas vagas que serão abertas em 2026. Com Renan Filho (atual ministro dos Transportes) já ocupando um espaço no governo Lula, uma eventual aliança entre Lira e os Calheiros é considerada improvável. Ao mesmo tempo, sua aproximação com Lula poderia dificultar um eventual apoio de Jair Bolsonaro (PL), que também tem influência em Alagoas.

Diante desse cenário, Arthur Lira opta por cautela. O, agora, ex-presidente da Câmara avalia o melhor caminho para manter sua relevância política sem comprometer suas ambições futuras. Embora tenha construído uma sólida trajetória no Congresso, ocupando cargos de liderança e presidindo a Casa por quatro anos, sua próxima decisão poderá definir seu futuro político.

Caso aceite um ministério, Lira terá que equilibrar sua atuação no governo com sua estratégia eleitoral para 2026. Se decidir permanecer fora da gestão petista, poderá focar na articulação para sua candidatura ao Senado sem amarras com o governo federal.

Por ora, o deputado alagoano prefere manter o mistério e analisar as movimentações políticas antes de definir seu próximo passo.