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Após ação do MPF, Justiça cancela licença de empresa que extraía areia para preencher minas da Braskem

Por Política em Pauta com informações do MPF 23/10/2024 08h08
Por Política em Pauta com informações do MPF 23/10/2024 08h08
Após ação do MPF, Justiça cancela licença de empresa que extraía areia para preencher minas da Braskem
MPF obtém cancelamento definitivo de licenças por mineração ilegal em Marechal Deodoro - Foto: MPF/AL

O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de uma mineradora e seu proprietário por extração ilegal de areia na região das Dunas do Cavalo Russo, em Marechal Deodoro, Alagoas. A decisão, proferida pela 13ª Vara Federal em 14 de outubro, resultou no cancelamento definitivo das licenças operacionais concedidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), além da imposição de medidas de recuperação ambiental da área degradada.

A mineradora e seu sócio-administrador extrapolaram os limites das licenças ambientais, causando danos ao meio ambiente e à comunidade local, o que motivou a ação do MPF. A área atingida é considerada de preservação permanente e de especial interesse ambiental, fato que agravou as consequências do impacto ecológico.

A decisão judicial também condenou a ANM e o IMA/AL, exigindo o cancelamento definitivo das licenças e proibindo a renovação das mesmas, sob pena de multa diária de R$ 500 caso haja descumprimento.

Recuperação ambiental

Além de interromper a extração ilegal, a mineradora e seu proprietário foram obrigados a apresentar um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ao IBAMA em até 60 dias. Caso a restauração ambiental seja inviável, medidas compensatórias deverão ser implementadas, conforme orientação do IBAMA. A sentença também determinou o pagamento de indenizações: uma para a União, referente à quantidade de areia extraída ilegalmente, e outra no valor de R$ 100 mil por danos morais coletivos, que será destinada ao fundo de defesa de direitos difusos (FDD), conforme previsto na Lei nº 7.347/85.

Impactos ambientais

De acordo com o MPF, a extração irregular de areia nas Dunas do Cavalo Russo resultou em graves danos ambientais. A área afetada, uma região de restinga com vegetação fixadora de dunas, é de preservação permanente. A degradação não apenas prejudicou a fauna e flora locais, mas também comprometeu a fertilidade do solo, aumentou os riscos de erosão e contribuiu para o assoreamento de corpos hídricos na área. A atividade ilegal também elevou o risco de poluição do solo, ar e água devido ao uso de maquinário pesado.

Entenda o caso

O caso ganhou destaque após a investigação do MPF, iniciada em 2023, que revelou extração irregular de areia nas Dunas do Cavalo Russo. A área é de proteção ambiental e foi utilizada indevidamente por mineradoras, apesar de recomendações anteriores para cessar as atividades. A situação ganhou maior complexidade devido à exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem, que provocou o afundamento do solo na região e demandou areia para o preenchimento de cavidades. Embora a Braskem tenha suspendido a compra de areia de fornecedores sob investigação, as licenças de extração foram reativadas pelos órgãos de fiscalização, gerando contradições.

O MPF ajuizou a ação civil pública em dezembro de 2023 e obteve, em janeiro de 2024, uma liminar que determinou a suspensão imediata de todas as licenças de extração relacionadas à mineradora e seu proprietário. Agora, com a decisão definitiva, a região das Dunas do Cavalo Russo poderá iniciar o processo de recuperação ambiental e as sanções aplicadas servirão de exemplo para coibir futuras violações.

Política em Pauta

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