O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo penhorou uma chácara pertencente ao ex-senador e ex-presidente Fernando Collor, localizada em Campos do Jordão - interior Paulista- a pedido da Justiça do Trabalho de Alagoas. Avaliado em R$ 10 milhões, o imóvel será leiloado com o objetivo de quitar dívidas trabalhistas de ex-funcionários da Organização Arnon de Mello (OAM), que pertencente à família de Collor.

A decisão faz parte de uma longa batalha judicial envolvendo ex-empregados das Gazetas, que aguardam há mais de cinco anos para receber seus direitos trabalhistas. Muitos desses trabalhadores não aceitaram a proposta oferecida na assembleia de credores da Recuperação Judicial da OAM, que previa o pagamento de apenas dez salários mínimos por trabalhador, divididos ao longo de um ano. A oferta foi considerada irrisória, especialmente para aqueles com créditos superiores a R$ 50 mil.

O advogado Marcos Rolemberg, que representa os ex-funcionários, tem sido uma figura-chave no processo. Ele, que também foi repórter da TV Gazeta e é uma das vítimas do colapso financeiro da OAM, vem obtendo importantes vitórias contra o grupo de Collor. Recentemente, uma manifestação realizada no aniversário de dois anos do reconhecimento de crimes falimentares no processo da recuperação judicial da empresa resultou em uma resposta do promotor Simon Bolívar, que atribuiu a demora na investigação à Polícia Civil. A polícia, por sua vez, afirmou que o caso foi devolvido ao Ministério Público devido à complexidade e ao grande volume de documentos.

Ainda devido as dívidas trabalhistas de Collor, no início do ano, a Justiça também bloqueou as contas da esposa do ex-presidente, já que as contas dele estavam zeradas.

A reunião desta semana entre os representantes dos trabalhadores e o procurador-geral de Alagoas, Lean Araújo, pode trazer novos desdobramentos.