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Eleição 2024 em Alagoas segue tendência nacional de aumento na participação de agentes de segurança pública na política
As eleições municipais de 2024 estão consolidando um fenômeno em crescimento: a participação de membros das forças de segurança na política. Segundo o estudo "Eleições 2024: Panorama das Candidaturas das Forças de Segurança", realizado pelo Instituto Sou da Paz, Alagoas se destaca como um dos estados com maior presença de candidatos ligados a essas corporações. No estado, 1,75% dos candidatos são oriundos de forças de segurança.
Ao todo, foram eleitos 856 candidatos das forças de segurança em todo o Brasil, sendo 52 prefeitos, 45 vice-prefeitos e 759 vereadores. Este número absoluto é o maior já registrado, superando os resultados das últimas eleições, mesmo com uma leve queda no número total de candidaturas de agentes de segurança em relação a 2020.
Maceió aparece pela primeira vez entre as 10 cidades com maior número percentual de candidaturas de membros das forças de segurança. Diferentemente de outras capitais como o Rio de Janeiro, que tradicionalmente apresentam alta participação desse grupo, a inclusão de Maceió reflete uma nova dinâmica política local, onde o debate sobre segurança pública tem se tornado central.
Em Alagoas, a influência desse grupo no cenário político cresceu de forma notável, o que acompanha a tendência nacional de "policialismo" — termo cunhado pelo Instituto Sou da Paz para descrever o aumento da presença de agentes de segurança pública nas esferas políticas. Esse movimento é observado tanto em cidades pequenas quanto em grandes centros urbanos, com os debates de segurança pública se destacando nas agendas eleitorais.
O Instituto Sou da Paz fez um alerta para os potenciais riscos de uma excessiva politização das forças de segurança, como aponta Carolina Ricardo, diretora-executiva da instituição. “Os policiais têm o monopólio do uso da força estatal e, por isso, é essencial que haja controle e regulamentação sobre a participação política deste grupo. Não podemos aceitar que a segurança pública seja instrumentalizada eleitoralmente ou que o medo e a violência sejam usados como bandeiras políticas.”
Este aumento na participação política de membros das forças de segurança em estados como Alagoas abre discussões sobre o equilíbrio entre representatividade e a necessidade de garantir que as corporações de segurança atuem de forma neutra e profissional, sem interferências políticas que possam comprometer sua missão essencial.
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