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Eleição 2024 em Alagoas segue tendência nacional de aumento na participação de agentes de segurança pública na política

Por Política em Pauta com Instituto Sou da Paz 09/10/2024 10h10
Por Política em Pauta com Instituto Sou da Paz 09/10/2024 10h10
Eleição 2024 em Alagoas segue tendência nacional de aumento na participação de agentes de segurança pública na política
10 estados com maior participação de membros das forças de segurança candidatos - Foto: Instituto Sou da Paz

As eleições municipais de 2024 estão consolidando um fenômeno em crescimento: a participação de membros das forças de segurança na política. Segundo o estudo "Eleições 2024: Panorama das Candidaturas das Forças de Segurança", realizado pelo Instituto Sou da Paz, Alagoas se destaca como um dos estados com maior presença de candidatos ligados a essas corporações. No estado, 1,75% dos candidatos são oriundos de forças de segurança.

Ao todo, foram eleitos 856 candidatos das forças de segurança em todo o Brasil, sendo 52 prefeitos, 45 vice-prefeitos e 759 vereadores. Este número absoluto é o maior já registrado, superando os resultados das últimas eleições, mesmo com uma leve queda no número total de candidaturas de agentes de segurança em relação a 2020.
 
Maceió aparece pela primeira vez entre as 10 cidades com maior número percentual de candidaturas de membros das forças de segurança. Diferentemente de outras capitais como o Rio de Janeiro, que tradicionalmente apresentam alta participação desse grupo, a inclusão de Maceió reflete uma nova dinâmica política local, onde o debate sobre segurança pública tem se tornado central.

Em Alagoas, a influência desse grupo no cenário político cresceu de forma notável, o que acompanha a tendência nacional de "policialismo" — termo cunhado pelo Instituto Sou da Paz para descrever o aumento da presença de agentes de segurança pública nas esferas políticas. Esse movimento é observado tanto em cidades pequenas quanto em grandes centros urbanos, com os debates de segurança pública se destacando nas agendas eleitorais.

O Instituto Sou da Paz fez um alerta para os potenciais riscos de uma excessiva politização das forças de segurança, como aponta Carolina Ricardo, diretora-executiva da instituição. “Os policiais têm o monopólio do uso da força estatal e, por isso, é essencial que haja controle e regulamentação sobre a participação política deste grupo. Não podemos aceitar que a segurança pública seja instrumentalizada eleitoralmente ou que o medo e a violência sejam usados como bandeiras políticas.”

Este aumento na participação política de membros das forças de segurança em estados como Alagoas abre discussões sobre o equilíbrio entre representatividade e a necessidade de garantir que as corporações de segurança atuem de forma neutra e profissional, sem interferências políticas que possam comprometer sua missão essencial.

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