O ministro Alexandre de Moraes decidiu rever a própria decisão envolvendo o caso do deputado federal alagoano Arthur Lira (PP) com a ex-esposa, Jullyene Lins. Anteriormente o ministro havia proibido a divulgação de vídeos e reportagens em que Jullyene Lins fazia graves acusações contra Arthur Lira, mas na última quarta-feira, 19, o ministro mandou a redes voltarem a divulgar um vídeo e os dois textos jornalísticos com denúncias da ex-mulher de Arthur Lira.

Na decisão, o ministro afirmou que, após o bloqueio dos links (URLs) responsáveis pelas divulgações das denúncias, verificou que a alegação da defesa de Lira não era procedente. A defesa dizia que o material estava sendo divulgado de forma coordenada e orgânica. Para Moraes, se verificou que não houve ação orquestrada.

"Após a realização dos bloqueios determinados, as informações coletadas demonstram que algumas das URLs não podem ser consideradas como pertencentes a 'um novo movimento em curso, claramente coordenado e orgânico, e nova replicagem, de forma circular, desse mesmíssimo conteúdo ofensivo e inverídico', como salientado pelo requerente", escreveu o ministro.

O vídeo que Moraes mandou que volte a ser divulgado era do canal do jornal "Folha de S.Paulo" no YouTube. Os textos são dos portal Terra e do site Brasil de Fato. A decisão, no entanto, não faz referência ao vídeo excluído do canal Mídia Ninja.

A decisão atingiu vídeos divulgados pelo canal do jornal "Folha de S. Paulo" e da "Mídia Ninja" no Youtube e ainda uma reportagem do "Portal Terra" que reproduzia texto da "Agência Pública". O material foi divulgado entre 2021 e 2023.

Nas reportagens, Jullyene Lins teria chorado e mostrado deformações no abdômen causadas pelas supostas agressões da época em que era casada com Arthur Lira. Em outubro de 2020, ela havia solicitado à Justiça de Alagoas medidas protetivas contra o deputado".