A batalha judicial entre a TV Globo e o ex-senador Fernando Collor de Mello, sobre a concessão de retransmissão da Globo pela Gazeta de Alagoas está rendendo uma série de acusações contra o político e a emissora de TV em Alagoas.

Em um relatório da Rede Globo, entregue ao Tribunal de Justiça de Alagoas, a TV Gazeta, afiliada da Globo, descumpriu várias cláusulas de compliance e adiministração, o que já seria suficiente para justificar a rescisão do contrato entre as empresas. A Globo defende que a postura da TV Gazeta não é condizente com o esperado pela atual gestão de mídia da família Marinho.

Dentre os pontos destacados estão: supersalários para executivos sem a devida formação profissional adequada; assédio moral e sobrecarga dos funcionários da emissora local. "De acordo com as políticas de compliance da Globo, esses elementos seriam suficientes para justificar a rescisão do contrato", diz a defesa da TV Globo.

Dentre os supersalários citados, a rede Globo afirma que há um executivo da TV Gazeta que recebe mensalmente R$ 67 mil. "Esse salário é muito acima do mercado para um gestor de empresa de comunicação, especialmente considerando um estado como Alagoas, o segundo menor do país", completa o documento da Globo.

Ao relatar o supersalário, a Globo afirma que se Gazeta tem condições de arcar com esse valor salarial para seus executivos, consegue continuar sobrevivendo sem o aporte da emissora nacional.

Ao tratar os casos de assédio e sobrecarga de trabalha dos funcionários. A TV Globo citou casos ajuizados por ex-funcionários da Gazeta, que relatam estafa e excesso de trabalho. Ainda é citado o caso em que um servidor da Globo, identificado como Roberto de Souza, 24 anos, morreu ao dormir no volante, após cumprir uma carga de trabalha de 24h na TV Gazeta. O caso ocorreu em 2008.

Ainda foi citada na ação o fato de Collor ter recebido propina utilizando o nome da empresa de comunicação.