O Ministério Público do Estado de Alagoas está investigando um suposto caso de improbidade administrativa contra a Prefeitura de Canapi, no Sertão de Alagoas. O caso está sendo apurado pelo promotor Paulo Victor Souza Zacarias, mas segue em segredo de justiça.

Conforme denúncia, realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Canapi (Sindiscan) a Prefeitura estaria contando com 1.500 funcionários fantasmas, contratados pela Secretaria de Educação de Canapi.

Na denúncia do caso, enviado ao MPE, o esquema de funcionários fantasmas de Canapi estaria ocorrendo com o conhecimento do prefeito, Vinícius Lima, o Vinícius filho do Zé Hermes. O esquema teria também o envolvimento de todos os 11 vereadores da Câmara Municipal, pois alguns servidores fantasmas seriam irmãos, cunhados, filhos, genros, noras, sobrinhos, amigos e cabos eleitorais de vereadores, pessoas que inclusive sequer residiam em Canapi.

Ainda conforme a denúncia, até um estudante de Medicina em Buenos Aires, na Argentina, recebe salário como se trabalhasse na escola de Canapi.

Conforme o Sindicato, somente entre os meses de janeiro a novembro de 2023, o pagamento dos servidores fantasmas pode ter causado prejuízo de R$ 22 milhões no Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb).

O caso também está sendo apurado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

De acordo com uma carta aberta do Sindicato, devido a falta de transparência "fica impossível fazer qualquer tipo de previsão, até a presente data, sobre as possíveis sobras do Fundeb", na Prefeitura de Canapi. A carta foi divulgada no dia 06 de dezembro.

Na carta, também foi informado que, no dia 16 de outubro, o Sindicato protocolou junto à Prefeitura um ofício solicitando informações sobre o portal da Transparência, juntamente com o acesso às folhas de pagamento dos servidores públicos municipais.