A Polícia Civil irá investigar o vereador por Boca da Mata, Walter Acioli Filho, o Valtinho Acioli, por crime de injúria racial contra o prefeito de Boca da Mata, Bruno Feijó. A fala do vereador foi proferida na Câmara de Vereadores da cidade, na terça-feira da semana passada, dia 16 de maio.

Em seu discurso, Walter Acioli Filho disse ter sido chamado de canguru e chamou o gestor municipal de "macaco adestrado". "O canguru não é ofensivo, talvez o macaco, aquele macaco adestrado, que muitas vezes em circo a roubar, ofereça mais risco à sociedade. Inclusive, macaco que o Ministério Público anda atrás, que a Polícia Federal anda atrás, talvez isso ofereça mais risco à nossa sociedade", disse o vereador.

Todo pronunciamento do vereador foi gravado a ganhou repercussão rapidamente. Ao tomar conhecimento do caso, o prefeito Bruno Feijó realizou um pronunciamento nas redes sociais, prestou um Boletim de Ocorrência na Delegacia e procurou a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), que agora acompanha o caso de perto.

Conforme a OAB, o órgão vai oficiar os órgãos responsáveis pela apuração da situação. Os ofícios serão enviados ao Ministério Público Estadual (MPAL), Polícia Civil, Câmara Municipal de Boca da Mata e União dos Vereadores do Estado de Alagoas (Uveal).

Este foi o 4º caso de injúria racial registrado pela Ordem em Alagoas em 2023. Somente este ano, também já chegaram ao conhecimento da Comissão da OAB/AL sete casos de intolerância religiosa.

De acordo com a presidente da Comissão, Ana Clara Alves, a OAB, após fazer o acolhimento da vítima, vai acompanhar todo o caso, até que tudo fique esclarecido e, com a comprovação de que trata-se de mais uma situação de racismo, o responsável seja punido. “Estaremos acompanhando as investigações para que os casos de injúria racial em Alagoas não fiquem impunes”, pontua.