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Em entrevista, Cícero Albuquerque explica como foi convidado para a Funai e expectativas na coordenação da instituição

Por Política em Pauta 02/05/2023 15h03
Por Política em Pauta 02/05/2023 15h03
Em entrevista, Cícero Albuquerque explica como foi convidado para a Funai e expectativas na coordenação da instituição
Entrevista com Cícero Albuquerque, coordenador da Funai Alagoas - Foto: Eder Honorato/Cortesia ao Já É Notícia

Empossado na última quarta-feira, 26, no cargo de coordenador regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) em Alagoas, professor Cícero Albuquerque concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Já É Notícia, explicou como ocorreu o processo de sua escolha para o cargo e quais suas expectativas à frente da instituição.

Cícero Albuquerque é professor universitário e foi cedido pela UFAL para assumir a cadeira na Funai, após ser convidado por lideranças indígenas. "Dia 03 de outubro completo 35 anos de sala de aula. E essa é minha paixão. Continuo apaixonado pela sala de aula", iniciou o educador.

O novo coordenador da Funai conta que, ainda em janeiro deste ano, foi sondado por lideranças indígenas. "Quando fui sondado, pedi um tempo para avaliar. Conversei com a família, com amigos, com colegas de trabalho da Universidade", explicou ele, completando que no mês seguinte voltou a tratar do assunto, mas ressaltando que não queria interferência política para a indicação. "Eu estou muito animado. A situação física da Funai é muito difícil, a situação do quadro funcional também é muito delicada. Tem uma carência de funcionários, mas tem uma coisa muito bonita nessa história que é a causa. E a causa indígena está vivendo um ascenso muito grande, ascenso promovido pelos indígenas. Não é por terceiros, não é por apoiadores, por simpatizantes", contou.

O educador ainda afirmou que quando recebeu o convite, questionou o fato de ser um não indígena representando a Funai Alagoas. "Eles fizeram um balança antes de me convidarem, não fui o única ser sondado e nem fui o primeiro. Mas eles fizeram um balanço e chegaram a conclusão que se convidassem um indígena isso acirraria as disputas internas".

"Sou um simpatizante, uma pessoa que luta na causa como militante há muitos anos. Participei da retomada de Palmeira dos Índios, há mais de 30 anos, mas não sou indigenista e nem estudioso da questão indígena em Alagoas. Sou um militante, que tem pesquisas, que tem estudos na área da agricultura familiar camponesa. Sei que o desafio é imenso, mas quando a gente acredita na causa a gente se desdobra, se amplia e se amplifica, e eu estou acreditando muito que a gente pode dar uma contribuição".

Cícero Albuquerque também falou sobre a criação do Ministério dos Povos Indígenas. "A pessoa que assumiu o Ministério é uma indígena, com uma história de luta extraordinária. É uma sinalização para o movimento indígena, para o conjunto da sociedade brasileira e para o mundo de que o Governo Lula tem uma iniciativa nova".

"Durante um tempo, recente, infelizmente, coordenações regionais eram ocupadas por pessoas contra o movimento indígena. E ter pessoas indígenas, engajadas na causa é muito importante. Os indígenas precisam continuar mobilizados, organizados e em luta. A causa indígena meche com uma coisa muito sensível, que é terra. Mexer nisso é muito difícil, temos um congresso nacional majoritariamente conservador, ruralista. Temos um lobby no congresso nacional, numa parcela da população, no meio de comunicação, que é muito poderoso, e nós estamos nadando contra a corrente", pontuou o novo coordenador da Funai Alagoas.


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