O presidente Lula decidiu manter Joãozinho Pereira, primo do deputado federal Arthur Lira (PP) como superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas.

Joãozinho foi levado ao cargo durante o governo Bolsonaro (PL), por influência de Arthur Lira e vai ficar na mesma cadeira durante o governo Lula, também devido a influência do presidente da Câmara Federal. Vale lembrar que Joãozinho foi condenado por improbidade administrativa, mau uso de recursos públicos, em primeira instância, no período em que foi prefeito de Teotônio Vilela, ele está com os bens bloqueados pela justiça.

A decisão judicial inclui a suspensão de direitos políticos por até oito anos, estão em fase de recurso no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). Caso a sentença seja confirmada, Jõãozinho não pode assumir cargos públicos.

Em outra ação, Joãozinho foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por superfaturamento na compra de uma ambulância. A investigação encontrou indícios de sobrepreço de quase 70% no valor do veículo, além de sinais de combinação prévia entre as empresas participantes da licitação — três delas abriram mão de participar cometendo o mesmo erro ortográfico, usando o termo “renucio” (renuncio).

A Codevasf Alagoas foi turbinada com verbas do orçamento secreto no governo passado, direcionadas para as bases eleitorais dos deputados, a estatal recebeu, só em 2022, R$ 45 milhões em emendas do orçamento secreto, um equivalente a 20% de todo o montante empenhado pela empresa via emendas de relator.

Uma das maiores quantias liberadas foi um convênio de R$ 10,3 milhões para a construção de uma adutora em Teotônio Vilela, assinado em janeiro do ano passado por Joãozinho e pelo atual prefeito, Peu Pereira (PP), outro primo do superintendente. Peu e Joãozinho têm se alternado desde 2000 na gestão do município.

Em 2021, o valor total destinado à Codevasf em emendas de relator, atendendo a indicações de parlamentares sem seguir critérios de transparência, foi de R$ 1,3 bilhão — 40% de toda a verba empenhada pela estatal naquele ano.

A estatal também esteve na mira de órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), nos últimos anos, devido a acusações de irregularidades, como superfaturamento e direcionamento político.