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Conheço bem o meu lugar!
Ouvindo “Conheço meu lugar” refletia sobre como essa crítica a malfadada Ditadura Cívico-Militar continua atual. Nessa enxurrada de fatos vergonhosos o que podemos fazer? Nós cidadãos comuns... Sangrar? Até quando?
Com tanta saúde e juventude, será que estou sozinho com esse sentimento de incapacidade diante de um noticiário de terror? Resta-nos apenas a opção de gritar? Se já não há mais ditadura, há o conluio econômico-político que parece nos tirar todas as opções de fazer algo de bom por esta nossa terra. A impressão de que não há mais jeito insiste em me perseguir...
São histórias porcas que se repetem, olhemos nós para o presente, passado ou futuro. Os cães da rua, aqueles que nos tratam aos pontapés, hoje vestem caros e importados ternos, gravatas alinhadas, discurso bonito, mas nem um pouco coerente!
E o que nós podemos fazer, meros mortais? Com a reforma que moderniza, mas traveste a precarização e o subemprego? Com um nordeste outra vez cheio de pedintes, famintos e desempregados? Com um “sistema democrático” que esmaga nossas vontades em favor dos interesses do Mercado, Investidores, K, ou sei lá o que que você queira denominar? Com nossa insistência doentia em depositar esperanças em pessoas, que por não serem heróis volta e meia tornam a nos decepcionar?
Talvez não exista exploração do trabalho no Brasil.
Capitalismo de compadres e presidencialismo de coalizão, corrupção do litoral ao sertão, da pequena à grande, aqui nunca houve.
No Nordeste ninguém sofre com a falta de escolas, universidades e oportunidades.
Sede? Não aqui.
Guerra diária com milhares de mortes de policiais, marginalizados e inocentes? É tudo ficção, conheço bem o meu lugar!
Bruno Euclides
Bruno Euclides: Arapiraquense e Alagoano na essência, oficial da PMAL, ex-presidente do ASA de Arapiraca e eterno inconformado com as injustiças.
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