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Inspirado em animes e games, arapiraquense produz arte em 3D com papel

Por Niel Antonio 29/07/2016 10h10
Por Niel Antonio 29/07/2016 10h10
Inspirado em animes e games, arapiraquense produz arte em 3D com papel
Foto: Arquivo Pessoal
Quando o assunto é criatividade, não há limites para o arapiraquense Emanuel Franco. Formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Alagoas, o jovem de apenas 24 anos tem deixado familiares e amigos orgulhosos com suas criaturinhas em 3D feitas com papel, impressas em uma impressora convencional. Sim, impressora convencional! Trabalhando como designer de forma autônoma, Emanuel diz que produz as peças por hobbie ou para presentear os queridos, mas o trabalho é sensacional e tem ganhado elogios nas redes sociais ao ponto de fechar negócios.

A ideia de fazer os papercrefts mais complexos veio de uma exposição que ocorreu em Maceió há um tempo. Emanuel afirma que não pôde ir ao evento, mas mesmo assim resolveu criar de forma independente. "Aí eu brinquei com meus amigos e comentei 'vou fazer a minha arte!". E não é que deu certo mesmo?!

A inspiração para a criação vem de animes e games preferidos do artista, que apresenta, na maioria de suas produções, animais e elementos da cultura oriental, como dragões e corujas. A paixão pelas peças criadas é tanta, que a família tem crescido bastante. "Agora estou ficando sem espaço no quarto", comenta com orgulho Emanuel Franco.

Segundo o artista, apesar de serem feitos com papel, o material é mais resistente do que se pensa. É possível fazer peças pequenas que se sustentam sozinhas, médias, grandes e até cosplays para serem vestidos, se o acabamento for bem feito. O papel utilizado é o Alcalino de Gramatura 180 para que a peça fique mais firme.

"O que me deu mais trabalho até hoje de fazer foi o busto do Goku. Ele é parte de um modelo realístico do Goku e completo teria cerca de uns dois metros. Só que eu queria fazer um grande, mas não queria um tão grande [...] não agora. Tive que recortar ao final a base para igualar e criar um suporte interno com isopor pra sustentar", disse. Para fazer o Goku, foram cerca de 65 páginas impressas, e uns três meses de muito trabalho para montar, usando cola e a criatividade para dar a forma precisa.
 
 
Emanuel Franco demorou cerca de três meses para montar o busto do Goku (Foto: Arquivo Pessoal).

 
"Depois de montado, eu dou acabamento com verniz. Uso spray quando o modelo é mais simples, ou o vitral que tem que ir com pincel, que ele endurece bastante e deixa a peça mais resistente", salienta.

A técnica é conhecida como Papercraft, onde se utilizam dobras e cortes. Os modelos variam de animais a castelos e têm detalhes que dão aspecto realístico às peças. O artista afirma que há muitos modelos já prontos disponíveis na internet, dos mais simples aos mais complexos, sofisticados. O material é baixado geralmente em PDF, com as peças, e em PDO, que é o formato do programa Pepakura. "Ele é o programa que consegue quebrar modelos 3D geométricos nas peças para montar num processo que chamamos de Unfold".

Mesmo antes desse estouro do Pokémon Go, o moço já colecionava vários monstrinhos do anime, como os três da primeira geração, Squirtle, Charmander e Bulbasaur, além do Pikachu; o Popplio, o Rowlet (aquela coruja gordinha), os dois iniciais da nova geração que ainda será lançada; e o Litten, que representa o terceiro inicial de fogo, que Emanuel ainda está confeccionando. "Um dia terei todos os iniciais de todas as gerações", deseja.
 

Olha só, 'pae', que serumaninhos animados, louquinhos para conquistar uma estante (Foto: Arquivo Pessoal).

Que o Papercraft não se limita a pequenos animais nós já sabemos. O curioso é que Emanuel já fez alguns modelos no estilo ToyArt, que é baseado em pessoas do passado, além de estruturas simples de caixas para embalagem ou cartão de presente, num estilo pop-up.

"Ainda não tentei um modelo 3D complexo, por precisar saber bem fazer o processo de Unfold que eu ainda estou aprendendo, inclusive aprendo fazendo os modelos complexos que existem para download. Mas tenho projetos onde eu to tentando criar ou modificar alguns", comenta, perseverante.
 

Que sorrisão maravilhoso desse Crash Bandicoot (Foto: Arquivo Pessoal).

Não dá para resistir à fofura dos bichinhos, não é mesmo? Eles podem ilustrar escritórios, estantes da sala e de quartos e até uma cozinha jovem e sofisticada, dependendo do pedido. Por que não? "É um trabalho que dá para qualquer um fazer, mesmo que por curiosidade, é só ter a santa paciência", certifica. Se bem que paciência ainda não está sendo vendida em cápsulas, muito menos essa santa paciência que o rapaz tem. Não é?

Quem tiver interesse em fazer pedidos, ou até mesmo trocar experiências, é só conversar com Emanuel Franco ou acompanhá-lo nas redes sociais: Facebook e Instagram. Também é possível o contato pelo e-mail [email protected].

Niel Antonio

Jornalista formado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), acredita numa comunicação social e ambiental com potencial transformador. Produz conteúdo no silêncio e também ao som de uma boa MPB. Nas entrelinhas das áreas do Jornalismo, busca desafios de produção diversos, como experiência a ser acrescentada aos quatro anos de bacharelado.

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