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Terror - O Lado Negro de Chaves

24/02/2016 14h02
24/02/2016 14h02
Terror - O Lado Negro de Chaves
          Antes de iniciar a leitura, gostaria de deixar claro que o conteúdo dessa publicação NADA tem de oficial, é apenas uma teoria muito divulgada e, diga-se de passagem, bem elaborada (no mínimo). Hoje, meus caros, vamos descamar a série televisiva Chaves. Ressalto que a leitura do post PODE SER UM POUCO PERTURBADORA PARA ALGUMAS PESSOAS, então.. A escolha de continuar a ler é totalmente sua.

          Poucas coisas no mundo fizeram tanto sucesso quanto o seriado do Chaves. Criado no México, na década de 70, o programa traz a história de pessoas simples, que moram em uma vila mais simples ainda e levam suas vidinhas da forma mais simplória possível. Foi com tanta simplicidade que a série conquistou inúmeras gerações e, até hoje, tem suas temporadas reprisadas no mundo todo.

          Acontece que uma teoria vem, cada dia mais, ganhando força na internet (mentira, ela é velha, mas é muito boa! e se você nunca ouviu falar, finja que ela nasceu agora).

          A teoria envolve pecadores, pecados (óbvio), inferno e até um suposto mediúm. Afirma ainda que a vila onde se desenvolve toda a história se trata de um pedaço do inferno (ou do purgatório, como preferir) e que seus personagens são, na verdade, pecadores amaldiçoados, condenados a viver repetindo seus erros e sem qualquer tipo de desenvolvimento.

El Chavo Del Ocho

          Começamos por ai.. Pelo nome original do seriado “El Chavo del Ocho” que, em português, significa “O Moleque do Oito”. Essa seria uma referência ao número da casa na qual o protagonista mora, porque ele não mora em um barril, como muitos acreditam. O número oito, entretanto, quando escrito (ou observado) na horizontal, se torna o símbolo do infinito, indicando a morte (ou o infinito mesmo, né? Mas a morte deixa o texto mais macabro hahaha).

          Nessa linha, a vila é, como já disse antes, um pedaço do inferno/purgatório (isso não ficou muito claro na minha pesquisa), onde os pecadores ficam repetindo eternamente as ações que os levaram até ali. É por isso que “Chiquinha sempre chuta Quico e faz seu pai, Seu Madruga, pensar que foi o menino que a agrediu. Enervado, Seu Madruga belisca Quico, que chama Dona Florinda, que acerta um tapa no vizinho gentalha, que descarrega a raiva no Moleque, que atinge o Seu Barriga quando ele chega para cobrar o aluguel. Enquanto isso, o professor Girafales, queimando de desejo, bebe café, com um buquê de rosas no colo, sem desconfiar a causa, motivo, razão ou circunstância de tanta repetição.” Já haviam percebido isso, não? Mas vamos deixar as coisas mais inquietantes..

          A vila em si já é estranha e os ambientes são sempre os mesmos.. Além, claro, que o Seu Barriga sempre cobra os mesmos 14 meses de aluguel. Será que o Seu Madruga paga um sempre? O que justificaria que sempre restariam 14? Ele paga um, e outro se junta ao montante.. Mas isso é improvável, Seu Madruga nunca tem dinheiro, nunca pode.. Nunca paga. Mas o período sempre é o mesmo.. Afinal, o tempo não passa no inferno (MUAHAHAHA pareço uma criança de 10 anos).

          Isso me lembra uma interpretação do inferno que diz “O inferno seria uma cela pequena onde almas pecadoras são aprisionadas, atormentadas e obrigadas a conviverem juntas pela eternidade”. Dá pra perceber que os personagens interagem sem se dar conta da sua possível condição de mortos, vagando pelo espaço-tempo limitado, sem ordem cronológica, sem avanço ou retrocesso, só vagando, repetidamente, pelo limbo. Vejamos:

          Seu Madruga sempre procura sossego, mas isso nunca acontece devido a sua filha barulhenta e problemática. Bem como a sua vizinha, Dona Florinda, que invade sua casa e o espanca sem ele ter dado motivo. Além, óbvio, de que ele não trabalha e não parece muito disposto a trabalhar. Encontramos ai a PREGUIÇA em forma de homem de bigode.

          Temos também Dona Clotilde, que, sem sombra de dúvidas, é a mais vaidosa da vila. Sempre com aquele chapéu combinando com o vestido e maquiada. No entanto, por algum motivo, ela é tida como assustadora, velha e meio louca, ganhando assim o apelido de Bruxa. Isso deixa ela tão frustrada, que se apaixona por Seu Madruga, o mais humilde, velho e feio da vizinhança, que mesmo assim insiste em rejeitar a bela Dona Clotilde lançando sobre ela inúmeras ofensas. Sem contar que ela é a Bruxa do 71 (7+1, crianças assustadas, é 8!) (VAIDADE, pra deixar claro).

          Dona Florinda, assim que avista o Professor Girafales, fica logo excitada, e isso é perceptivel até pra uma criança que não sabe o que é ficar excitada. O que ela faz quando o ver? Convida pra entrar e você, criancinha boba, acredita que eles só querem passar a tarde tomando um cafézinho, não é? No entanto, coitados, não conseguem consumar o ato (que você não sabe o que é..), pois sempre alguém ou alguma coisa os interrompem (LUXÚRIA).

          Kiko, o fedelho filho da Dona Florinda, fica preso em paradoxo: ele é o mais rico da vila, e o mais invejoso. Os brinquedos dos outros, mesmo sendo teoricamente inferior, sempre parecem mais interessantes (INVEJA).

          Chiquinha é pequena, frágil e barulhenta como uma mula. Vive provocando briga e criando atritos entre seus amigos e o resto do povo da vila por puro sadismo. No entanto, sempre descobrem que ela é a causadora dos problemas e ela é punida fisicamente, sem conseguir se defender (IRA).

          O gordinho, Seu Barriga, mesmo rico, sempre quer mais. Isso pode explicar o fato dele ir com tanta frequência cobrar o aluguel. E mais, o pobre é o que mais apanha na vila, quando entra, quando fica e quando saí (AVAREZA).

          E temos o Chaves, claro, ou simplesmente o Moleque do Oito, que, por sua vez, é extremamente guloso. Mesmo aparentando ser pobre de marré, sua vontade de comer é maior do que ele necessita. Afinal, ele é saudável, até meio gordinho, e tem uma energia incrível, então não passa fome, mas sempre quer comer.. mais e mais. Ah, é bom lembrar que sempre que ele consegue algo bom pra comer, acontece algo e ele acaba perdendo a comida (GULA).

          Existem outros pontos interessantes na trama.. Como, por exemplo, o Satanás que mora na vila. Afinal, você já descobriu se o bichinho de estimação da Bruxa é um cachorro ou um gato? As vezes ele é um, as vezes é outro. Ou talvez seja o próprio Satanás, só pra constar.. O nome do bicho no seriado é Satánas mesmo, tá?

          Em relação aos personagens secundários, podemos relaciona-los a alguns demônios conhecidos do cristianismo. Tais como Paty como Belzebu, Tia Glória como Belphegor, Popis como Azazel, Madruguinha como Leviatã, Nhonho como Mamom e Hector Bonilla como Asmodeu.

          Lembrem-se que sempre que esses demônios chegam na vila trazem tormentas no seu encalço. No episódio que aparece o cachorrinho Madruguinha, o Kiko resolve dar um banho nele e acaba molhando toda a vila. Isso é facilmente associado a Leviatã, que é um demônio aquático. Da mesma forma, Hector Bonilla seria uma excelente representação de Asmodeu, que é relacionado a virilidade e fertilidade. Ao aparecer causa discórdia na vila toda, principalmente entre Dona Florinda e o Professor Girafales.

          Outro personagem secundário que merece muita atenção é o velho carteiro Jaiminho, talvez o único representante do lado de cá, aparentando ser um mediúm que se esforça bastante pra poder chegar lá. Pra embasar essa conclusão, lembremos que o coitado sempre diz vem de uma terra distante, muito bonita e bem distante, desconhecida por todos e chamada de Tangamandápio. Uma cidade tranquila, bonita e enorme, mas que não dá pra achar no mapa. Em suas visitas traz cartas de parentes distantes que estão vindo visitar/morar (como no caso da Dona Neves), o que provavelmente representa pessoas na terra a beira da morte. Além do fato de que o pobre tá sempre cansado e mesmo assim insiste em carregar uma bicicleta que não sabe usar, no maior estilo totem do filme A Origem. A bicicleta seria algo que o prende ao mundo terreno, o ajudando no regresso ao seu corpo carnal (wow).

          Deixo com vocês essa creepypasta macabra e me retiro. No entanto, ressalto que Chaves, por mais baseado no purgatório que possa ser, nunca me trouxe ideias ruins, muito pelo contrário. Aprendi diversos valores por lá, tais como lealdade, amizade e companheirismo. Como não lembrar do episódio em que Chaves foi acusado de ser ladrão, sendo ele inocente? Como não (ao menos é o que lembro) colocar a mão na consciência e tentar não julgar as pessoas sem saber melhor sobre os acontecimentos em si? Bom, eu ainda gosto de Chaves, mas dou crédito a essa teoria. Tirem suas conclusões e me digam algo! E me digam também se gostam desse tipo de conteúdo. Até mais, pessoas!