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Racismo contra Aranha: o valor de um negro no Esporte
Levar a família aos estádios de futebol para acompanhar os queridos clubes com toda a alegria de verdadeiros torcedores tem sido uma tentativa frustrada para muitos brasileiros. É que as agressões, físicas e verbais, têm entristecido aqueles que defendem, com garra, conceito esportivo e amor aos times do coração, uma disputa sadia, capaz de trazer adrenalina e felicidade a jogadores e integrantes de torcidas de diversos clubes do país.
Na noite da última quinta feira, 28 de agosto, durante uma das etapas da Copa do Brasil, em Porto Alegre, Patrícia Moreira da Silva, uma torcedora do Grêmio, até então desconhecida, foi flagrada proferindo, em meio à multidão, palavras ofensivas ao goleiro Aranha, do Santos. A partir das imagens, transmitidas pelos principais telejornais do país, é possível perceber que Patrícia não estava agindo dessa maneira sozinha, visto que outros torcedores também insultavam o jogador com gestos um tanto inusitados - como se estivessem imitando um macaco, já no finalzinho do jogo que garantiu vitória de 2 a 0 do Santos sobre o time gremista.
Há décadas, torcedores têm reproduzido preconceito e falta de empatia com quem deveria ser, acima de tudo, respeitado como pessoa. Não, nem é preciso ser especialista em leitura labial para perceber que a moça gritava, com todas as sílabas, a palavra “macaco”. Patrícia teve sua residência apedrejada, foi xingada nas redes sociais por muitos internautas, foi banida do estádio gremista, perdeu o emprego de auxiliar de odontologia da Brigada Militar e ainda é considerada foragida da Justiça. Que ela não seja martirizada, atacada fisicamente, de nenhuma maneira, mas que seja responsabilizada por sua atitude de injúria racial.
Como tem dito o goleiro Aranha em algumas entrevistas, é bom mesmo que esses baderneiros manifestem seus preconceitos para que sejam identificados e punidos, como determina a lei, pois é sabido que existem muitos outros "torcedores" agindo dessa maneira Brasil afora e que precisam ser punidos. Assim como existem outros “Aranhas” que podem bater no peito e gritar demonstrando orgulho de suas origens e também oferecer a devida denúncia.
É certo que, naquele 28 de agosto, outros torcedores também “berraram” sua raiva contra o time adversário, mas o velho termo “Maria vai com as outras” não se aplica para justificar um crime óbvio na sociedade brasileira. É preciso admitir que no futebol os palavrões sempre existiram, assim como formas de preconceito diversas, mas o esporte, em qualquer parte do mundo, não teria a representatividade popular que tem se não fosse a pluralidade de cores de suas bandeiras e de pele de seus integrantes.
Apesar de todo o nervosismo durante as manifestações preconceituosas, Mário Lúcio Duarte Costa, mais conhecido como Aranha, demonstrou valores que vão além de milhões de reais, conquistados aos poucos por negros injustiçados em centenas de anos, que não podem e não devem ser desconsiderados.
Na noite da última quinta feira, 28 de agosto, durante uma das etapas da Copa do Brasil, em Porto Alegre, Patrícia Moreira da Silva, uma torcedora do Grêmio, até então desconhecida, foi flagrada proferindo, em meio à multidão, palavras ofensivas ao goleiro Aranha, do Santos. A partir das imagens, transmitidas pelos principais telejornais do país, é possível perceber que Patrícia não estava agindo dessa maneira sozinha, visto que outros torcedores também insultavam o jogador com gestos um tanto inusitados - como se estivessem imitando um macaco, já no finalzinho do jogo que garantiu vitória de 2 a 0 do Santos sobre o time gremista.
Há décadas, torcedores têm reproduzido preconceito e falta de empatia com quem deveria ser, acima de tudo, respeitado como pessoa. Não, nem é preciso ser especialista em leitura labial para perceber que a moça gritava, com todas as sílabas, a palavra “macaco”. Patrícia teve sua residência apedrejada, foi xingada nas redes sociais por muitos internautas, foi banida do estádio gremista, perdeu o emprego de auxiliar de odontologia da Brigada Militar e ainda é considerada foragida da Justiça. Que ela não seja martirizada, atacada fisicamente, de nenhuma maneira, mas que seja responsabilizada por sua atitude de injúria racial.
Como tem dito o goleiro Aranha em algumas entrevistas, é bom mesmo que esses baderneiros manifestem seus preconceitos para que sejam identificados e punidos, como determina a lei, pois é sabido que existem muitos outros "torcedores" agindo dessa maneira Brasil afora e que precisam ser punidos. Assim como existem outros “Aranhas” que podem bater no peito e gritar demonstrando orgulho de suas origens e também oferecer a devida denúncia.
É certo que, naquele 28 de agosto, outros torcedores também “berraram” sua raiva contra o time adversário, mas o velho termo “Maria vai com as outras” não se aplica para justificar um crime óbvio na sociedade brasileira. É preciso admitir que no futebol os palavrões sempre existiram, assim como formas de preconceito diversas, mas o esporte, em qualquer parte do mundo, não teria a representatividade popular que tem se não fosse a pluralidade de cores de suas bandeiras e de pele de seus integrantes.
Apesar de todo o nervosismo durante as manifestações preconceituosas, Mário Lúcio Duarte Costa, mais conhecido como Aranha, demonstrou valores que vão além de milhões de reais, conquistados aos poucos por negros injustiçados em centenas de anos, que não podem e não devem ser desconsiderados.
Niel Antonio
Jornalista formado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), acredita numa comunicação social e ambiental com potencial transformador. Produz conteúdo no silêncio e também ao som de uma boa MPB. Nas entrelinhas das áreas do Jornalismo, busca desafios de produção diversos, como experiência a ser acrescentada aos quatro anos de bacharelado.
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