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Meu filho é birrento! E agora?

26/04/2014 12h12
26/04/2014 12h12
Meu filho é birrento! E agora?
       Quantos pais já não estiveram em uma situação constrangedora devido a birra de seus filhos? Essa é uma pergunta que a maioria dos pais se identifica. O exemplo clássico é quando uma criança pede um doce ou um brinquedo e o pai diz que não vai atender ao seu pedido. A criança de imediato chora, chora e o pai impaciente ou por vergonha de todos que estão ao redor olhando, acaba cedendo e diz: “da próxima vez não insista que não darei”. E de uma próxima vez a criança repete o mesmo comportamento de chorar insistentemente e novamente consegue o seu objetivo: obter o doce ou um brinquedo. Os pais cedendo aos pedidos dos filhos acabam (muitas vezes sem perceber) reforçando os comportamentos de birra.

De um modo geral o que faz com que esses comportamentos indesejados (birra) se mantenham são os reforços dos pais, quando estes desistem de negar algo aos filhos para evitar constrangimentos. Dessa forma encerra-se (temporariamente) o comportamento de birra, mas como este anteriormente foi reforçado, provavelmente, numa próxima situação semelhante a criança irá emitir os mesmos comportamentos indesejados pelos pais. Assim, consequentemente, haverá um fortalecimento no comportamento de birra da criança.   

Muitos pais justificam a birra de seus filhos ao temperamento da criança. No entanto, o desenvolvimento dessas birras está relacionado à forma como os pais atendem aos pedidos de seus filhos reforçando ou não cada comportamento.

 Com a necessidade de trabalhar, os pais têm menos tempo de ficar com seus filhos e geralmente tentam suprir essa ausência cedendo aos seus pedidos. Comportamento este que se torna uma espécie de troca onde a criança passa a exigir sempre algo de seus pais de maneira cada vez mais dramática.

Assim o “não” deve fazer parte da educação de todas as crianças. Todavia, este tem que ser de forma explicativa: não pode comer doce porque está fora de hora! Não vou comprar esse brinquedo por que você não se comportou! A criança de imediato não irá concordar e até insistirá, mas passará a entender com a frequência dessas explicações que o que foi negado a ela tem uma causa. Demonstrando que o que se faz é para o bem dela.

E o que fazer quando esses comportamentos já estão instalados? Os pais precisam estar preparados para resistir tanto às insistências das crianças que geralmente são através de choro, gritos, se jogar no chão, palavras piedosas (por favor, só esse, só desta vez, etc.), bem como a mecanismos sociais de pessoas observando o episódio de birra da criança. Outra dica importante é manter a calma e ignorar o comportamento de birra em vez de puni-la. Ao perceber que não está conseguindo a atenção esperada a criança tende a desistir do escândalo.

Não queira impor autoridade gritando com seu filho, fale com tom baixo, mas de forma firme, assim ele aprenderá a conversar com você com um tom de voz natural, sem precisar ter que gritar para conseguir o que deseja.

 Todavia, sabe-se que essa é uma tarefa árdua, sendo fundamental, em alguns casos, que os pais busquem ajuda do psicólogo para eliminar os comportamentos indesejados de birra da criança, diminuindo a frequência até conseguir extingui-los.

 



Por: Jackelline dos Santos Lima-

Analista do Comportamento 

CRP: 15/3275     

Além da Caixa

O Além da Caixa é um espaço para a discussão dos mais diversificados temas sob a ótica da psicologia do comportamento. De maneira direta e com uma linguagem clara falaremos ao público em geral, mas sem destoar dos princípios da Psicologia Científica.
Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
Endereço: Clínica Vida Bella - Av. Ceci Cunha, 255, Alto do Cruzeiro - Arapiraca/AL.
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