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O que está acontecendo com o meu relacionamento?

17/01/2014 00h12
17/01/2014 00h12
O que está acontecendo com o meu relacionamento?
 É o Amor,

Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim;
Que faz eu pensar em você
E esquecer de mim;
Que faz eu esquecer
Que a vida é feita pra viver

( Zezé de Camargo e  Luciano)

O trecho da música acima “é o amor” foi um grande sucesso na década de 90. A letra retrata como muitas pessoas sentem-se quando estão amando: “é o amor que faz eu pensar em você e esquecer de mim; é o amor que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver”.

Mas será que amar é isso? esquecer de si e viver em função do outro? A resposta é clara: Não! No entanto, muitas pessoas não apresentam comportamento assertivo em suas relações conjugais e com isso sofrem consequências tais como: sensação de inferioridade, baixa autoestima, dependência do outro para escolhas pessoais, etc.

Todavia, o contexto e o perfil de cada relacionamento dependerá da forma como esse é construído. Geralmente o início do namoro é uma fase mais harmoniosa, pois devido a paixão os defeitos tendem a ser encobertos. As diferenças são facilmente resolvidas, afinal podem existir planos para o futuro que não devem ser atrapalhados por “briguinhas tolas”.

Com a frequência dos encontros até chegar a uma convivência, muitos comportamentos indesejáveis no casal tornam-se mais evidentes. São aqueles hábitos como o de deixar a tolha molhada em cima da cama, sandálias espalhadas por toda a casa, demorar em terminar a maquiagem, um querer ir passear e o outro ficar assistindo o futebol, e até mesmo comportamentos mais complexos como o ciúme, desrespeito e agressividade. E por aí vai uma infinidade de disparidades de ideias e comportamentos que geralmente terminam em conflitos. Uma vez que nesses casos de duplas opiniões apenas um será o beneficiado e o outro tende a ficar em “desvantagem”. O problema é que muitas vezes não se consegue dizer ao outro, de forma assertiva, que esses comportamentos indesejáveis estão interferindo na relação conjugal.

De uma forma geral, os indivíduos têm três formas de expressar seu comportamento quando interagem com outras pessoas: sendo agressivo, alcançando o que deseja, só que de forma hostil e humilhando o outro; não assertivo ou passivo, se omitindo e permitindo que o outro faça escolhas por ele; ou sendo assertivo, atingindo seus objetivos, mas sem violar os direitos do outro. Nos quadros abaixo seguem exemplos de atitude para cada um desses comportamentos:

Comportamento Agressivo do marido

Situação antecedente
Comportamento da esposa

Comportamento

Comportamento do marido

Consequência

A esposa convida seu marido para ir a uma festa tradicional da família que acontece apenas uma vez por ano.

 

 

Diz que não gosta da família dela e que nem um dos dois irá e que ela não insista, pois será pior para ela.

A esposa chora e desiste da festa. Mas fica chateada com a falta de compreensão do marido.

 

Neste comportamento agressivo o marido conseguiu atingir seu objetivo: não foi à festa, causando a insatisfação na esposa.

Comportamento não assertivo ou passivo do marido

Situação antecedente

Comportamento da esposa

Comportamento

Comportamento do marido

Consequência

A esposa convida seu marido para ir a uma festa tradicional da família que acontece apenas uma vez por ano.

Para não deixar a esposa triste diz que vai a festa.

Eles vão à festa, mas ele fica angustiado porque ele não gosta da família dela e ela só quis ir embora ao final da festa.

 

Nesta situação o marido satisfez a vontade da esposa, mas se sente angustiado por ter que tolerar a família da esposa por toda a festa.

Comportamento Assertivo

Situação antecedente

Comportamento da esposa

   Comportamento

Comportamento do marido

Consequência

A esposa convida seu marido para ir a uma festa tradicional da família que acontece apenas uma vez por ano.

O esposo diz que aceita ir, mas que não irão demorar muito, propondo que depois da festa eles farão um programa a dois.

A esposa aceita a proposta e eles têm uma noite super agradável.

 

Neste comportamento assertivo ambos sentem-se beneficiados. A esposa fica feliz por ir à festa da família e o esposo não se sente mal pois permanecem na festa por pouco tempo, e os dois ainda puderam desfrutar de um bom momento a dois.

            Observem que nos três comportamentos houve escolhas. E para cada escolha, uma consequência. É importante saber que não se nasce agressivo, passivo ou assertivo, qualquer um desses comportamentos é possível de aprender. E como foi observado, o tipo assertivo geralmente tem consequências mais vantajosas para ambos.

            Identificou-se com algum desses exemplos acima? Se foi com o assertivo, ótimo, continue optando por escolhas que te beneficiem, mas que não violem os direitos do companheiro(a). Mas se você se identificou com o tipo agressivo ou passivo, cuidado, pois as consequências geralmente são problemáticas.

            Portanto, ame, mas sem esquecer que a vida é feita pra viver, e de forma prazerosa. Opte sempre pelo diálogo com o seu par, tente fazer acordos onde os dois possam ter benefícios, afinal não existe harmonia em um relacionamento onde apenas um está feliz!




Por Jackelline Santos Lima
CRP 15/3275
Psicóloga Clínica Comportamental

     

 

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Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
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