Cuba desenvolve medicamento que curou 1.500 pessoas com coronavírus

Por Correio Brasiliense 13/03/2020 08h08 - Atualizado em 13/03/2020 11h11
Por Correio Brasiliense 13/03/2020 08h08 Atualizado em 13/03/2020 11h11
Cuba desenvolve medicamento que curou 1.500 pessoas com coronavírus
Foto: Divulgação
Cuba tem usado um medicamento para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus na China. De acordo com o jornal oficial do país, Granma, o remédio já foi responsável pela cura de mais de 1.500 pessoas. Trata-se do Interferón alfa 2B, um medicamento que já existia e era usado para tratamento de doenças como dengue e HIV.

O medicamento é um dos 30 escolhidos pela Comissão Nacional de Saúde chinesa para ser usado no país para tratamento do coronavírus. No domingo (8/3), o presidente de Cuba, Miguel Díaz Canel, comemorou em seu perfil no Twitter a parceria com a China. O medicamento tem sido feito na fábrica chinesa-cubana ChangHeber, na China.

Em entrevista à televisão cubana, o pesquisador Gerardo Guillen explicou que o medicamento foi desenvolvido há quatro décadas para outros tratamentos e que a eficiência é nítida. "Ele é desenvolvido por uma proteína que faz parte do sistema imunológico e a função dele é interferir especificamente em infecção viral. Ele atua tanto impedindo a replicação viral, quanto no combate ao vírus. Não só nessa epidemia como em outras", diz.


De acordo com ele, o efeito imunológico e antiviral do remédio permite prever a efetividade contra o coronavírus. "O Covid-19 reduz a produção de interferons (uma proteína) e impede que o sistema imunológico dos humanos ataque o vírus e sabemos que o Interferón desempenha o papel nessa primeira linha de defesa estimulando genes que inibem a replicação viral", afirmou.

A ilha caribenha não tinha registrado nenhum caso da doença até esta quinta-feira (12/3), quando contabilizou os três primeiros pacientes da doença provenientes de um grupo de italianos que chegou ao país.

De acordo com o levantamento Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, dos 121,2 mil casos de infecção pelo novo coronavírus, 66,2 mil (54,6%) se curaram.