Família cobra elucidação do caso do agropecuarista Cristóvão
Prestes a completar dois anos do desaparecimento e morte do agropecuarista Cristóvão Rodrigues da Silva, a família cobra a elucidação do caso. O advogado Thiago Pinheiro, contratado pela família da vítima para atuar como assistente de acusação no processo, afirma que o Estado perdeu o interesse em apontar a autoria do crime.
A compreensão dele tem fundamento na total falta de informações que deveriam ser repassadas aos parentes e na demora em se descobrir a autoria do crime, que teve ampla repercussão no Estado. "É um crime cercado de mistério no qual todos os órgãos e cúpulas do Estado anunciaram resolução, porém, não são capazes de concluí-lo até o momento", lamenta Pinheiro.
A família do fazendeiro provocou os membros do Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), de maneira oficial, há cerca de dois meses, para cobrar da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) a conclusão do inquérito o mais breve possível, com a consequente revelação da autoria material e intelectual. No entanto, nenhum retorno foi dado.
"O inquérito policial em aberto indefinidamente é um caixão que não se fecha. Ou se arquiva e se reconhece incapaz de declarar motivo e autores ou se aponta e passa o caso ao Ministério Público e Poder Judiciário", avalia o advogado. "Como nem um nem outro passo foi dado, a situação indefinida só faz realimentar a dor, angústia e desconfiança da família sobre o trabalho das autoridades competentes", completa.
Cristiano Cristóvão é filho do agropecuarista e reforça a tese de que o poder público parece ter perdido o interesse pelo caso e faz uma comparação com os mecanismos que levaram a polícia a encontrar os suspeitos de matar a vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista dela, Anderson Gomes. Com a investigação hi-tech foi possível rastrear o sinal emitido pelos aparelhos celulares até o histórico de buscas na internet de pessoas que estavam no raio próximo de onde o crime aconteceu.
"A última vez que meu pai foi visto, na saída da fazenda, em Murici, tinha uma quantidade de pessoas no entorno. O município tem 10 mil habitantes, mas próximo do local do desaparecimento transitavam menos pessoas. Com tecnologia, seria possível rastrear os aparelhos celulares, assim como a polícia fez no caso Marielle. O que a gente da família percebe não é falta de mecanismos, mas uma total falta de interesse no caso", comenta.
Ele diz que, com a mudança na comissão de delegados que apura o crime, no ano passado, os parentes de Cristóvão foram chamados duas vezes pela polícia e outras duas oportunidades receberam ligações das autoridades policiais em busca de informações complementares. "Os delegados são cordiais, mas não nos apresentam resultados", critica o filho da vítima. "O inquérito deve estar sem movimentação há bastante tempo", acredita Cristiano Cristóvão.
O caso
O agropecuarista desapareceu no dia 3 de agosto de 2017. A caminhonete em que ele estava foi flagrada por câmeras de segurança na saída de Murici, sentido Maceió. O corpo dele foi localizado no fim de dezembro, com alguns pertences, em um veículo carbonizado que estava em canavial próximo da Usina Terra Nova, no Pilar. Exames periciais confirmaram, posteriormente, que os restos mortais eram da vítima.
A compreensão dele tem fundamento na total falta de informações que deveriam ser repassadas aos parentes e na demora em se descobrir a autoria do crime, que teve ampla repercussão no Estado. "É um crime cercado de mistério no qual todos os órgãos e cúpulas do Estado anunciaram resolução, porém, não são capazes de concluí-lo até o momento", lamenta Pinheiro.
A família do fazendeiro provocou os membros do Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), de maneira oficial, há cerca de dois meses, para cobrar da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) a conclusão do inquérito o mais breve possível, com a consequente revelação da autoria material e intelectual. No entanto, nenhum retorno foi dado.
"O inquérito policial em aberto indefinidamente é um caixão que não se fecha. Ou se arquiva e se reconhece incapaz de declarar motivo e autores ou se aponta e passa o caso ao Ministério Público e Poder Judiciário", avalia o advogado. "Como nem um nem outro passo foi dado, a situação indefinida só faz realimentar a dor, angústia e desconfiança da família sobre o trabalho das autoridades competentes", completa.
Cristiano Cristóvão é filho do agropecuarista e reforça a tese de que o poder público parece ter perdido o interesse pelo caso e faz uma comparação com os mecanismos que levaram a polícia a encontrar os suspeitos de matar a vereadora pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco, e do motorista dela, Anderson Gomes. Com a investigação hi-tech foi possível rastrear o sinal emitido pelos aparelhos celulares até o histórico de buscas na internet de pessoas que estavam no raio próximo de onde o crime aconteceu.
"A última vez que meu pai foi visto, na saída da fazenda, em Murici, tinha uma quantidade de pessoas no entorno. O município tem 10 mil habitantes, mas próximo do local do desaparecimento transitavam menos pessoas. Com tecnologia, seria possível rastrear os aparelhos celulares, assim como a polícia fez no caso Marielle. O que a gente da família percebe não é falta de mecanismos, mas uma total falta de interesse no caso", comenta.
Ele diz que, com a mudança na comissão de delegados que apura o crime, no ano passado, os parentes de Cristóvão foram chamados duas vezes pela polícia e outras duas oportunidades receberam ligações das autoridades policiais em busca de informações complementares. "Os delegados são cordiais, mas não nos apresentam resultados", critica o filho da vítima. "O inquérito deve estar sem movimentação há bastante tempo", acredita Cristiano Cristóvão.
O caso
O agropecuarista desapareceu no dia 3 de agosto de 2017. A caminhonete em que ele estava foi flagrada por câmeras de segurança na saída de Murici, sentido Maceió. O corpo dele foi localizado no fim de dezembro, com alguns pertences, em um veículo carbonizado que estava em canavial próximo da Usina Terra Nova, no Pilar. Exames periciais confirmaram, posteriormente, que os restos mortais eram da vítima.
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