As chuvas intensas que caem em Maceió desde a noite deste domingo e a preocupação com as consequências delas para o bairro do Pinheiro levaram os órgãos de segurança nacional, estadual e nacional, que compõem o plano de contingência, a se reunirem de forma emergencial no 59º Batalhão de Infantaria Motorizado, para discutir ações preventivas na área. Novas vistorias serão feitas na região e a área de risco classificada como vermelha pode aumentar.

O tenente-coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil Estadual, disse que desde as primeiras horas do dia os órgãos estão trabalhando para garantir a segurança e a vida da população. "Trabalhamos com a parte preventiva que faz parte desse grande plano de contingência, unir os órgãos para que, dentro de cada competência, possamos atuar. O Corpo de Bombeiros, por iniciativa do comandante do CBM, já colocou o pessoal de prontidão 24h para salvaguardar a vida da população".

Conforme o coordenador, está sendo feita uma avaliação pela Defesa Civil Municipal e os geólogos nas áreas que apresentaram problemas nesta segunda-feira para afastar os moradores e isolar as áreas de risco. O simulado de evacuação foi confirmado para o dia 16 do próximo mês.

"Está mantido. A população já sabe quais são os pontos seguros para se dirigir. Isso aqui passa a ser uma prática do acionamento desse plano, para que os órgãos competentes venham até o Exército, que é o ponto de comando. O Corpo de Bombeiros apresentou seu plano de contingência de salvamento específico, caso seja necessário", afirmou.

A quantidade de chuvas que cai, principalmente em Maceió, preocupa os órgãos. Segundo o meteorologista Vinícius Pinho, era esperado 30 mm de chuva, no entanto, somente no bairro da Cambona já choveu 128 mm, o esperado para todo mês.

"A chuva foi muito localizada em Maceió, na Região Metropolitana. Onde mais choveu foi no bairro da Cambona. Pelo nosso acompanhamento ainda há previsão de chuva na tarde e noite de hoje, a intensidade já começa a diminuir e a tendência é que amanhã diminua, podendo nem chover".

"Nós temos essa preocupação porque foi com um índice de chuva menor do que esse que começaram a acontecer as rachaduras em fevereiro do ano passado. O nível de chuvas está alto e estamos acompanhado de perto", destacou o comandante do Exército, coronel Gadelha.

O Exército atuará no plano de contingência com ações complementares ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Serão disponibilizados 160 militares em uma situação de emergência.

MP acompanha ações

O Ministério Público Estadual nomeou uma comissão para acompanhar e fiscalizar todas as ações das forças do governo que atuam nas soluções do bairro do Pinheiro. Durante a reunião, foi decidido que novas visitas às residências serão feitas para que seja feita uma análise mais aprimorada.

"Há todo um aparato da Defesa Civil Municipal e da prefeitura com caminhões para quem quiser fazer as mudanças, para retirar quem for necessário e aonde possar estar havendo riscos de qualquer ordem para os moradores", afirmou o promotor Malta Marques.

Reunião em Brasília

O prefeito Rui Palmeira e o coordenador da Defesa Civil, Dinário Lemos, estão em Brasília onde participam de uma reunião na tarde desta segunda-feira (28) na sede do Ministério de Minas e Energia.

A intenção é pedir celeridade na conclusão do relatório dos estudos sobre as possíveis causas da rachadura no bairro do Pinheiro. Mais de 100 famílias já deixaram suas residências e a intenção da Defesa Civil é remover 490 famílias.

Segundo informações obtidas pela Gazetaweb, moradores das áreas classificadas como amarela e laranja estão deixando suas casas de forma espontânea.