Deputado quer convocar professor que discutiu identidade de gênero em sala de aula

Por Gazetaweb 14/09/2017 19h07 - Atualizado em 14/09/2017 22h10
Por Gazetaweb 14/09/2017 19h07 Atualizado em 14/09/2017 22h10
Deputado quer convocar professor que discutiu identidade de gênero em sala de aula
Foto: Reprodução
Após um extenso pronunciamento na sessão da tarde desta quinta-feira (14), o deputado Bruno Toledo (Pros) anunciou que na próxima semana vai apresentar um requerimento à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) solicitando a convocação do professor e do diretor da Escola Estadual Lucilo José Ribeiro, em São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, envolvidos numa polêmica sobre a discussão de identidade de gênero durante atividade em sala de aula. Toledo também defende a convocação do vice-governador e secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa (PMDB). 

De acordo com o deputado, suas manifestações são no sentido de alertar para o descumprimento do Plano Estadual de Educação, visto que pelo texto aprovado é proibido promover a discussão de identidade de gênero na sala de aula das escolas estaduais. O deputado também reagiu à fala de um representante do Sindicado dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), que o chamou de "fascista", após o parlamentar levar o tema a debate durante uma sessão na Casa.

O parlamentar acredita que a convocação é necessária para esclarecer pontos da polêmica, bem como evitar que situações como essa voltem a acontecer. Após defender que o professor Daniel Melo Macedo, da Escola Estadual Lucilo José Ribeiro, seja punido por promover a discussão e afrontar o que dispõe o Plano Estadual de Educação, o Sinteal saiu em defesa dele, chamando o parlamentar de "fascista".

Desde que o assunto veio à tona, o professor está com medo e teme pela própria vida. Ele diz que já vinha sofrendo ameaças em suas redes sociais e que a fala do parlamentar incita ainda mais o ódio do qual vem sendo vítima desde que foi escolhido pela direção da unidade escolar para ministrar a disciplina Projeto Integrador, que teve como um dos pontos de discussão a identidade de gênero. A temática foi concebida por escolha dos próprios alunos e com a aprovação da comunidade escolar, dos pais, do Conselho de Ensino e da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).